Uma das principais promessas da base do Inter, João Peglow, 18 anos, fez sua estreia entre os profissionais no sábado (25), no empate em 1 a 1 com o Esportivo, pela quinta rodada do segundo turno do Gauchão. Recuperado de uma fissura causada por estresse em uma das vértebras da coluna, o garoto atuou por 22 minutos, mas, embora participativo, ainda não conseguiu mostrar muita coisa.
Porém, um detalhe chamou atenção: o posicionamento de Peglow. Como ingressou na vaga de Marcos Guilherme, com um esquema diferente do original utilizado por Coudet (com três zagueiros e três atacantes), o jogador entrou na esquerda do ataque. Isso pode ter causado estranheza àqueles que assistiram ao guri na Copa do Mundo sub-17 do ano passado, por exemplo, em que ele atuou boa parte como um verdadeiro camisa 10. Mas esse é justamente um dos grandes trunfos do garoto: a versatilidade.
— O Peglow é um jogador altamente talentoso e versátil. No Mundial, o usei como um 10, um meia, e depois, com a perda do Talles Magno (lesionado), o escalei pelo lado. Acompanho o Peglow desde o sub-14. Cheguei a utilizá-lo como volante e também de falso 9, que abria espaços para os meias entrarem. Hoje, o vejo como muito polivalente — disse o técnico Guilherme Dalla Déa, que comandou a seleção brasileira sub-17 na conquista do Mundial da categoria, em novembro de 2019.
No Inter, o entendimento é de que Peglow poderia atuar em qualquer uma das posições do meio para a frente. Isso pode fazer com que o atleta ganhe pontos com o técnico Eduardo Coudet, que gosta de variar a equipe e seus jogadores taticamente, inclusive em meio aos jogos.
Para quem já trabalhou com o garoto, no entanto, o melhor rendimento de Peglow é pelo lado. De preferência, o esquerdo, para que possa cortar para o meio e bater a gol.
— O Peglow tem boa leitura de jogo. Pelo lado é onde ele se sente melhor, é mais agressivo, corta e finaliza com a perna direita. A boa capacidade de conclusão é a grande caraterística dele — afirmou Fábio Matias, técnico do time sub-20 do Inter, ao final do ano passado, pouco antes de o atleta despedir-se da base e ser promovido ao grupo profissional.
Portanto, no modelo usado pelo Inter de Coudet, Peglow se encaixaria melhor na posição que hoje é executada por Boschilia, na esquerda. Porém, nada impede que ele possa ser escalado pelo outro lado ou até mesmo como atacante, ao lado de Guerrero. Aí, vai do entendimento do treinador para avaliar onde a promessa renderá mais para virar uma afirmação na equipe colorada.