Foi com vaias, xingamentos de "burro" para Mano Menezes, uma derrota em jogo de mata-mata, com a queda do treinador como consequência, que o Cruzeiro terminou o jogo contra o Inter no Mineirão em 6 de agosto. O gol de Edenilson criou a vantagem colorada na semifinal da Copa do Brasil e motivou uma mudança drástica no adversário. Com a troca de comando e a contratação de Rogério Ceni, o clube mineiro busca se reabilitar em campo, principalmente no Brasileirão, competição na qual estava na zona de rebaixamento.
No jogo de ida, o Cruzeiro teve maior volume de jogo em relação ao Inter no início do segundo tempo. A primeira etapa apresentou equilíbrio nas ações, o que começou a causar vaias dos torcedores mineiros. Thiago Neves foi muito cobrado pela torcida. A reação colorada e o domínio da partida se deram nos últimos 30 minutos, especialmente após o gol de Edenilson.
Passados 29 dias, o time mineiro e suas alterações serão postos à prova no Beira-Rio. O banco de reservas cruzeirense tem um novo ocupante e o time também foi alterado. O que não se viu nos jogos subsequentes à mudança foi um crescimento tão significativo no desempenho.
A melhor imagem fica por conta exatamente do jogo de estreia de Rogério Ceni: a vitória sobre o Santos no Mineirão. A atuação foi boa, houve vitória de 2 a 0 e, mesmo com o adversário com um jogador a menos desde os primeiros minutos, o treinador teve acertos táticos que não vinham ocorrendo.
No empate com o CSA e na vitória sobre o Vasco, mais dois jogos pelo Brasileirão, o Cruzeiro voltou a apresentar problemas de desempenho, mas os resultados foram suficientes para tirar a equipe do Z-4 e manter a invencibilidade de Rogério Ceni. A rigor, há só uma modificação nominal feita no time desde a saída de Mano Menezes por escolha de seu sucessor e que deve ser mantida contra o Inter: a saída de Ariel Cabral do meio-campo.
O técnico do Cruzeiro não pretende jogar com dois volantes posicionados e usa Robinho mais recuado. Marquinhos Gabriel virou titular. Na lateral esquerda, ainda uma opção de Mano, Dodô é o titular, mantendo uma disputa quase permanente com Egídio. O ataque, porém, não teve a modificação imediata esperada por muitos. Afinal, Fred não assumiu a titularidade com o novo comando e começou somente a partida em Alagoas.
Segundo o repórter Samuel Venâncio que, acompanha o Cruzeiro pela Rádio Itatiaia, as mudanças se deram no ambiente e na filosofia de jogo.
— A troca de comando aliviou o clima e a confiança do elenco voltou. Em campo, houve troca de estilo, com mais posse de bola e tentativa de gol o tempo inteiro — diz Venâncio.
Comparando a escalação do primeiro jogo com a mais provável para a partida do Beira-Rio, as trocas são quatro, sendo que a ausência do lateral-direito Orejuela se dá por conta de sua convocação para a seleção colombiana e a do zagueiro Leo por ter se machucado e ainda estar se recuperando. No ataque, Sassá só jogou no Mineirão porque David estava suspenso.
A alteração básica dentro de campo é de movimentação e desenho tático, inclusive com a utilização de Pedro Rocha mais adiantado como último atacante. Nominalmente, o que se tem é o meia Marquinhos Gabriel ocupando a vaga que era de um volante (Ariel Cabral). Veja o time do Cruzeiro que perdeu para o Inter no Mineirão e o que deve atuar no Beira-Rio.
Cruzeiro 0 x 1 Inter - 06/08/2019 - Mineirão
Fábio; Orejuela, Dedé, Léo e Dodô; Henrique, Ariel Cabral (Maurício, 35'/2°), Robinho (Marquinhos Gabriel), Thiago Neves e Pedro Rocha; Sassá (Fred). Técnico: Mano Menezes
Inter x Cruzeiro (provável) - 04/09/2019 - Beira-Rio
Fábio, Edilson, Fabrício Bruno, Dedé e Dodô (Egídio); Henrique, Robinho, Marquinhos Gabriel e David; Thiago Neves e Pedro Rocha. Técnico: Rogério Ceni