— O Grêmio é o favorito. Simples assim.
Odair Hellmann ainda saboreava a vitória do Inter sobre o Alianza Lima, o que emprestou a seu time a melhor arrancada do clube na história da Libertadores, quando foi questionado sobre o jogo de domingo (17). Irá para o seu sétimo Gre-Nal. E sabe bem o que significa um clássico.
Ainda mais quando o time está invicto há três jogos contra o Grêmio (são duas vitórias e um empate), além de chegar a seu melhor momento da temporada, com peças se ajustando, novatos surgindo, com um goleiro em grande fase, um goleador em alta, mais um homem Gre-Nal e D'Alessandro descansado para a partida. Ainda por cima, na mais recente apresentação, o time resolveu o jogo nos primeiros 20 minutos e controlou a partida até o final. Ou seja: o pacote completo para que o treinador colorado trate de afastar qualquer favoritismo de seus comandados para o jogo da Arena.
— A gente vai lá para jogar futebol, da mesma forma que o Grêmio, como estamos fazendo. Eles nos respeitam e nós respeitamos eles. Temos que fazer um grande jogo, tentar fazer um espetáculo para os torcedores — comentou o treinador do Inter.
Até que março chegasse, Odair testou 29 jogadores. Voltou ao sistema antigo, com o tripé de volantes, e encontrou Sobis e Nonato. Surgiu um Inter que retomou a confiança do time de 2018. O Gre-Nal surge como um desafio de afirmação.
— É um cenário positivo, trabalhamos para isso. Claro que obter seis pontos não há como prever (na Libertadores), mas claro que trabalhamos e sonhamos com estas duas vitórias (sobre Palestino e Alianza). Sabemos que não existe definição nenhuma, o jogo do River Plate não define a classificação, temos de ter consciência disso e ter tranquilidade. Temos que fazer nossos jogos como sempre fizemos aqui: com muita postura e tranquilidade. Mas dá uma relação de confiança maior, temos que respeitar todos os adversários — afirmou o técnico.
No clássico mais recente, pelo returno do Brasileirão de 2018, um Inter aguerrido acabou batendo o Grêmio por 1 a 0, com gol de Edenilson. Naquela tarde, no Beira-Rio, o Inter teve em campo um protótipo do time atual. Dos 11 jogadores que começaram o Gre-Nal 417, nove foram os mesmos que iniciaram a partida diante do Alianza Lima. Iago estava suspenso e Sobis ainda vestia o azul do Cruzeiro. Uendel e Jonatan Alvez jogaram o clássico, com D'Alessandro ingressando na segunda etapa. Com o resultado, a equipe de Odair Hellmann se manteve na liderança do campeonato.
— Independente do momento das equipes, não existe favoritismo em Gre-Nal. Estamos vindo de três Gre-Nais sem perder. No último pelo Campeonato Gaúcho, a gente venceu. Depois, no Campeonato Brasileiro, a gente empatou um e venceu o outro. Nosso adversário é muito forte, mas não existe favoritismo. O Gre-Nal é um jogo diferente, é um campeonato à parte. É mais do que apenas jogar ou jogar bem. É ter espírito, ter alma, sofrer. É um jogo diferente dos outros — comentou o vice de futebol colorado, Roberto Melo.
O Inter das sete vitórias em série na temporada e da liderança no Grupo A da Libertadores ainda surge como um desafiante ao atual campeão no Gauchão. Por isto, o clássico desse domingo à noite é tão importante para os colorados: ele será um teste de fogo ao time de Odair Hellmann.
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Quem tem mais a perder no clássico?
Gre-Nal "arruma a casa", frase antiga de Ibsen Pinheiro. No presente, as duas casas estão arrumadas, por isto, a não ser um resultado catastrófico para um lado ou para outro, a vida terá sequência normal, limitando-se à flauta dos vencedores, com Gauchão sem possibilidade de alteração na tabela e Libertadores com jogos daqui a 15 dias. Com resultado comum, vitória simples ou empate, nenhum dos dois será afetado.
Quem deverá tomar a iniciativa no jogo?
Os dois times têm estratégias definidas há tempos: o Grêmio quer a bola, o Inter quer o espaço (são duas formas de jogar mundialmente consagradas, com Guardiola e Simeone), neste sentido, o Grêmio tomará a iniciativa pela retenção da bola. O Inter, fechará os espaços e fustigará nos contra-ataques. Esta a característica de cada um. Não será diferente disso.
Qual o reflexo na sequência do semestre?
Como disse antes, a não ser um resultado anormal, de goleada para lá ou para cá, o resultado do Gre-Nal se exaure por si mesmo. O Grêmio com um trabalho consolidado, o Inter com trabalho de convicção.
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Quem tem mais a perder no clássico?
O Grêmio tem mais a perder agora. Só isto já dá mais peso. O Inter fez o dever de casa e o dever de fora também na Libertadores. O time está se afirmando, com jogadores variados aparecendo, como Sobis, Nico, Nonato. É uma situação muito confortável para, inclusive, Odair poder tirar o peso do clássico, fazer experiências se precisar. Só para mostrar que o que importa mesmo é a Libertadores. Renato talvez tenha de reformular o seu plano. Se tivesse vencido o Libertad, poderia rodar o elenco. Agora, não dá mais. O Gre-Nal é um jogo fundamental para vencer e deixar claro que o que ocorreu terça-feira (12) foi algo fora da curva.
Quem deverá tomar a iniciativa no jogo?
O Grêmio. Será um jogo tático, uma vez mais. Certamente Odair Hellmann vai rever os jogos da Libertadores para copiar algumas coisas feitas pelo Libertad e pelo Rosario Central contra o Grêmio, como a marcação sobre o Everton, por exemplo.
Qual o reflexo na sequência do semestre?
O Gre-Nal tem muita força, sempre. Por menos que valha na tabela. Se os dois times estivessem em situações parecidas, o clássico seria um pequeno combustível. Mas o Inter, se vencer, vai com a confiança nas alturas, Odair ficará à vontade até para mexer no time, experimentar jogadores novos. Será daquelas vitória de milhões. Se o Grêmio vencer, não terá feito mais do que a obrigação: venceu o clássico, mas e a Libertadores? Para o Grêmio, perder será terrível, enquanto que a vitória não vai ajudar muito, a não ser recolocar o time no patamar de antes. É um jogo mais cruel para o Grêmio.
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Quem tem mais a perder no clássico?
O Grêmio é mais mais qualificado, mas o Inter agora está muito bem na temporada. É possível que ocorram mudanças de rumo para quem perder. Será um teste para as duas equipes, até para sentir o elenco. Em caso de derrota, de repente, será a oportunidade de se fazer reavaliações.
Quem deverá tomar a iniciativa no jogo?
Será do dono da casa. O Inter vai esperar. Ambos vão iniciar o jogo se protegendo, com muita disputa e em uma partida aguerrida.
Qual o reflexo na sequência do semestre?
Em caso de vitória, a consequência será apenas para a torcida, uma vez que o jogo vale muito pouco em termos de classificação. Agora, em caso de derrota, pode ser o momento de avaliações.
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Quem tem mais a perder no clássico?
O Gre-Nal sempre pode deixar marcas, mas este de domingo não vai decretar nada para nenhum dos dois lados. O momento de ascensão do Inter agora e o momento de derrota na Libertadores do Grêmio não vai abalar. Há muita coisa para acontecer depois do clássico.
Quem deverá tomar a iniciativa no jogo?
Por característica, e jogando em casa, a inciativa será do Grêmio. Cada um vai respeitar o seu estilo de jogo, não se muda de uma partida para a outra.
Qual o reflexo na sequência do semestre?
Se o Grêmio perder vai gerar mais mal-estar do que se uma derrota ocorrer pelo lado do Inter. Será um teste para os dois times, sem que se desestruture qualquer um deles. A repercussão do clássico será mais momentânea do que provocar algum malefício a médio prazo.
Gre-Nal 418 em três perguntas para Luiz Anápio Gomes, ex-vice de futebol do Inter
Quem tem mais a perder no clássico?
O Inter tem mais a ganhar no Gre-Nal pelo momento de afirmação que vive.
Quem deverá tomar a iniciativa no jogo?
O Grêmio, por característica, para dar resposta ao torcedor, e pelo local do jogo. Isto pode ser bom para o Inter.
Qual o reflexo na sequência do semestre?
Não sendo um jogo atípico, nada além do normal de um Gre-Nal. A consolidação de uma equipe e de um grupo, vem do sucesso nas competições. Mas uma vitória faria muito bem ao Inter.