Quando Rosicley Pereira da Silva vai a campo, o Inter aciona o modo turbo em seu ataque e, quase sempre, o adversário é empurrado para trás. Lembrando muitas vezes um jogador de futsal, Rossi comemora com os punhos cerrados até carrinho que resulta em bola afastada para a lateral do campo. Nas últimas rodadas, o atacante de 25 anos e 1m70cm ganhou a parceria de Wellington Silva, tão veloz e furioso como ele. Para obter a virada sobre o Atlético-PR, Odair Hellmann mandou primeiro o ex-atacante do Fluminense a campo, no lugar de Leandro Damião. De imediato, a substituição rendeu a primeira vaia ao técnico no Beira-Rio.
A alteração demorou a surtir efeito. O empate só veio 120 segundos depois da entrada de Rossi no lugar Gabriel Dias, aos 35 minutos do segundo tempo. E time só conseguiu a virada nos acréscimo, com o polêmico pênalti sofrido pelo atacante buscado no futebol chinês.
— São jogadores em que a gente confia. O Rossi recebeu mais oportunidades, o Wellington um pouco menos, porque sofreu com lesões. São jogadores com características diferentes de ataque e que podem mudar uma partida como eles fizeram da última vez e têm feito no ano. Estamos muito felizes com o que têm apresentado — disse Odair.
A primeira amostra do "Fator The Flash" de Rossi apareceu no primeiro Gre-Nal do ano na Arena. Goleado por 3 a 0, com um time ainda em metamorfose, o Inter não teve como evitar a derrota para um rival que atravessava uma fase superior. Rossi entrou no segundo tempo e, de cara, se postou a marcar Bruno Cortez, recebendo uma cartão amarelo por um pontapé no lateral-esquerdo gremista. Com o início Brasileirão, o atacante tornou-se uma peça-chave no grupo.
O jogo contra o Corinthians em casa, pela 7ª rodada, foi emblemático. O Inter empatava em casa com o Corinthians quando Rossi foi a campo na reta final e, nos acréscimos, marcou o gol da virada, após falha do lateral Mantuan. O camisa 22 ainda foi decisivo no dramático 1 a 0 sobre o Paraná, ao sofrer a falta que resultou no gol de Camilo.
Curiosamente, Rossi tem mais sucesso quando entra nos minutos finais das partidas. Estreou no Brasileirão como titular, mas saiu lesionado com 11 minutos no jogo que transformou Nico López em titular do Inter, após marcar os dois gols da vitória sobre o Bahia. A melhor atuação de Rossi como titular foi no 1 a 0 sobre o mesmo Bahia, na Fonte Nova, no segundo turno, ao dar a assistência para o gol de Patrick.
— Um time como o Inter, que precisa vencer os jogos, mas que muitas vezes encontra defesas muito fechadas pela frente, precisa de atacantes com essa características, de velocidade e de bom passe, para mudar as partidas. Rossi e Wellington Silva dão essa nova energia que toda a equipe necessita da metade para o fim dos jogos — comentou Maurício, ponta-direita com passagens pela dupla Gre-Nal no final dos anos 1980 até meados dos 1990.
Já com Wellington Silva a história é um pouco diferente. Contratado por empréstimo ao Fluminense, o atacante de 25 anos e 1m69cm chegou ao Beira-Rio com uma lesão no púbis e demorou a entrar em ritmo de competição. Nas últimas quatro rodadas, virou um das principais opções de Odair no banco de reservas. Entrou para mudar o jogo diante de São Paulo (virada por 3 a 1), Santos (empate em 2 a 2), Vasco (empate em 1 a 1) e Atlético-PR (virada por 2 a 1).
— A equipe está indo bem e quem tem entrado no segundo tempo tem uma função importante. Sabemos que quem vem do banco pode decidir uma partida. Fico feliz por ter conseguido isso. Vamos trabalhar nisso para dar o melhor a cada jogo nessa parte final — declarou Wellington.
Rossi e Wellington tem situações contratuais semelhantes. Ambos estão emprestados ao Inter — Rossi, pelo Shenzhen FC, da China e Wellington, pelo Fluminense — e os seus vínculos se encerram ao final da temporada. Com a vaga à Libertadores se avizinhando, é chegado o momento de planejar o grupo para 2019. E eles precisam ter os empréstimos renovados ou mesmo uma negociação em definitivo. Agora, resta a Rossi e a Wellington se mostrarem imprescindíveis para esse Inter de Odair Hellmann.
Rossi em 2018
- 24 jogos
- 9 como titular
- 15 como reserva
- 1 gol (contra o Corinthians, na vitória por 2 a 1 pela 7ª rodada)
- 2 assistências para gol
- 10 assistências para finalização
- 794 minutos em campo
Wellington Silva em 2018
- 13 jogos
- 1 como titular
- 12 como reserva
- 1 gol (sobre o Atlético-PR, no empate em 2 a 2 pela 13ª rodada)
- 1 assistência para gol
- 5 assistências para finalização
- 258 minutos em campo