Espera aí, eu não entendi. Tem onze caras de vermelho ali no campo, ok. Esses onze caras carregam o S, o C e o I entrelaçados no peito, beleza. O placar aqui na TV está indicando que o Inter está em campo. Mas cadê o sofrimento? Onde estão as derrotas ridículas? Em que buraco se meteram as partidas sem melhores momentos? A gente está vencendo e ainda não se retrancou?!
Nos últimos três jogos foram três vitórias. Oeste, Goiás e, agora, Guarani. Jogos sem sustos, sem sobressaltos. Jogos nos quais os onze de vermelho foram amplamente superiores aos seus adversários. Poderíamos até substituir Danilo Fernandes por mim (que sou goleiro nas peladas da firma) que sequer empataríamos. Foram sete gols feitos, nenhum sofrido. Se contarmos as chances de gol e oportunidades claras criadas, chegaremos às centenas. Só deu Inter.
Parece que, agora em definitivo, voltamos a ser o Inter. Finalmente - e tardiamente, diga-se - os onze de vermelho passaram a representar de fato o escudo que defendem. O que estava acontecendo conosco, até poucas semanas, não era digno da história desse clube. Não há sequer como comparar os anos 1990 ao empate com o Paraná e à derrota para o BOA ESPORTE no Beira-Rio. O sofrimento que passamos nesse primeiro turno foi inigualável.
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A segunda metade da competição mais importante do resto das nossas vidas vai se iniciar com outro clima. Camilo e Damião foram bons e importantes acréscimos para o elenco (mesmo que acabem não sendo titulares absolutos ali na frente), Winck voltando para o time principal foi outro grande acerto até aqui. Atuações boas que foram coroadas com o baita gol deste sábado.
Lá atrás, fechamos a casinha. Já está bem mais difícil de ver alguém exigindo grandes intervenções do nosso camisa 1. Vamos enfileirando jogos sem gols sofridos enquanto o Guto - pasme - vai tendo mais tranquilidade para trabalhar e azeitar o seu esquema.
A vitória deste sábado contra o Guarani foi mais um passo importante na recuperação da nossa própria imagem enquanto colorados. O Inter não é, afinal, aquele desastre completo incapaz de vencer o BOA ESPORTE NO BEIRA-RIO (e vamos, sim, repetir a citação a este jogo aqui só para reforçar o ponto). Não somos aquele time covarde que, mesmo se conseguisse o ACASO de achar um gol, passava a se defender em desespero.
O Colorado é gigantesco. Essa camisa tem um peso imensurável. Pode não ser fácil daqui para frente. Podemos perder mais alguns jogos aqui e ali. O que está sendo exorcizado, de vez, é aquele espírito apático que tomava conta de nós todos. Os 11 de vermelho lá no campo finalmente entenderam o que nós todos das arquibancadas nunca deixamos de saber. O Inter é aguerrido, arrojado, vencedor. Agora, só vai.
*ZHESPORTES