
Enquanto o Inter e seu contexto não aceitarem que estão na Segunda Divisão, será um martírio esta travessia em busca do retorno à elite. A torcida parece ainda resistir à queda, como se fosse possível, e transfere essa carga de tensão para o campo, para os jogadores. O ambiente depois dos jogos em casa só serve para efervescer um momento que deveria ser pautado pela união entre os colorados.
O time, por sua vez, sente a energia negativa e joga como se estivesse contra a parede. O que só agrava suas deficiências, que ainda são variadas e levarão tempo até que Guto Ferreira consiga corrigi-las. Principalmente, quando joga em casa, o Inter dá sinais de que absorve a frustração pelo rebaixamento e joga carregando-a nas costas.
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O saldo do jogo de sábado não veio em pontos, é verdade. Mas mostrou um time mais próximo do ideal e com melhor futebol. Também se percebeu traços de indignação da equipe e um temperamento compatível com a realidade que precisa encarar de uma vez por todas.
Se continuar acreditando que se trata de um time da Série A deslocado de turma, o Inter e sua torcida seguirão padecendo. Aceitar o rebaixamento e naturalizá-lo tornarão mais suave a travessia e ajudarão muito na finalização desse processo de reconstrução do time. Que precisa acontecer logo.