Com o sol que reapareceu em Porto Alegre e levou mais de 23 mil pessoas ao Beira-Rio no sábado à tarde, voltaram também as vitórias em casa. O primeiro triunfo colorado diante de sua torcida na Série B veio acompanhado de um jogo maluco, com quatro pênaltis a favor dos gaúchos e um gol mal anulado em impedimento inexistente. O 4 a 2 sobre o Náutico deu um misto de alívio pelos três pontos com preocupação pelas falhas defensivas e cobranças desperdiçadas. Agora, vem aí o América-MG, terça-feira, longe de casa.
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A sequência de partidas deve fazer o técnico Guto Ferreira voltar a preservar alguns jogadores mais desgastados. Nenhum nome foi revelado, mas aqueles jogadores que ficaram em Porto Alegre na terça passada, contra o Figueirense, deverão ser aproveitados.
– Como descansei esses jogadores, eles vieram para essa partida zerados. Mas tem jogador, como Pottker, que vai ter que descansar, para encher um pouco mais o tanque – afirmou o treinador.
Pottker, porém, disse estar pronto:
– Tenho 23 anos, cuido muito a parte física, me recupero rápido. Por mim, estou à disposição.
O treino desta segunda-feira deverá ao menos dar indícios de quem serão os atletas poupados.
Sobre a vitória sobre o Náutico, o assunto que dominou não poderia ter sido outro: os quatro pênaltis. Na avaliação do observador de arbitragem da Rádio Gaúcha, Diori Vasconcelos, todos foram bem marcados.
– Não lembro de quatro pênaltis na mesma partida do Inter. Ao que me conste, todos foram e perdemos dois. Já que falamos de arbitragem, lembra do impedimento com 2m30cm (de posição legal) no começo que poderia ter feito falta no fim – analisou o vice de futebol Roberto Melo.
Guto Ferreira preferiu elogiar a arbitragem pelas decisões:
– Se tiver 10 pênaltis, tem que marcar. Não é porque é a favor. Se fosse contra, também deveria marcar. A arbitragem está de parabéns pela personalidade.
O técnico também fugiu de polêmicas. Perguntado sobre os pênaltis perdidos (Cirino e Pottker tiveram uma cobrança defendida pelo goleiro cada), foi político:
– Tem uma relação (de cobradores), sim. Todos eles estavam nela. Mas eles decidem quem cobra. São jogadores que cobram diariamente e tem um aproveitamento bom.
Pottker esclareceu que, na primeira cobrança, pegou a bola e entregou a D'Alessandro. O capitão, então, perguntou-lhe se estava confiante. Ao ouvir o "sim", aceitou que o centroavante cobrasse (e marcasse). Depois, foi o camisa 10 quem chutou (e também fez).
– O terceiro pênalti deixamos para o Cirino porque precisava ganhar moral, mas infelizmente ele perdeu. E no quarto, eu perdi. O Diego até me pediu para cobrar, mas não quis deixar para ele, um garoto, essa responsabilidade. Então assumi e errei – disse.
Se na frente o time criou oportunidades e precisa aprimorar as conclusões, é a defesa que está dando dor de cabeça ao treinador e receberá atenção especial nos próximos dias.
– Se melhorar defensivamente, poderá ter um controle maior. Somos conscientes que precisamos melhorar bastante. Quero passar 25 jogos sem levar gols, e quando levar, que seja um para que possa fazer dois – finalizou o técnico.
Agora, contra o América, o Inter defenderá sua primeira sequência positiva de vitórias na Série B e, na visão de Melo, com ânimo revigorado:
– Já tinha um pouco de ansiedade para o torcedor, para nós e talvez para os atletas. O Beira-Rio é nossa casa e temos que ter um grande aproveitamento. Por isso vencer foi fundamental.
* ZHESPORTES