Nos próximos dias, o procurador do Superior Tribunal de Justiça Desportiva, Felipe Bevilacqua, deverá denunciar o Inter pela utilização de documentos adulterados no Caso Victor Ramos – que foram repassados ao clube pelo então representante do zagueiro do Vitória, Francisco Godoy. Nos bastidores, há um indicativo: a Procuradoria não pedirá a exclusão do clube da Série B, como chegou a ser sugerido no inquérito do auditor Mauro Marcelo. Mas Inter, seus advogados e dirigentes envolvidos no imbróglio dificilmente escaparão de uma denúncia ao Tribunal e, indo a julgamento, poderão ser multados e até suspensos – no caso dos advogados e dirigentes.
Ao que tudo indica, os representantes colorados que estiveram envolvidos no caso (o ex-presidente Vitorio Piffero, o ex-vice-jurídico Giovani Gazen, além dos advogados Daniel Cravo, Rogério Pastl, Diego do Canto e Felipe Dallegrave, mais o atual vice-jurídico Gustavo Juchem) acabarão denunciados em mais de um artigo, mas que preveem multas em caso de sanção.
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Um deles é o artigo 61 do Código Disciplinar da Fifa – e Mauro Marcelo o sugeriu como sanção porque o CBJD não contempla um caso como este. Ainda que ele cite inclusive a expulsão de um time da competição que estiver disputando, além de impedir transferências, a denúncia visaria somente a parte pecuniária, com eventual pena a ser estabelecidas pelo Tribunal.
O outro, é o artigo 234 do CBJD – e poderá ser aplicado contra os dirigentes e advogados do Inter –, que cita "falsificar, no todo ou em parte, documento público ou particular, omitir declaração que nele deveria constar, inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que deveria ser escrita, para o fim de usá-lo perante a Justiça Desportiva ou entidade desportiva". Se julgado e condenado, a pena aos envolvidos (advogados e dirigentes) varia de 180 a 720 dias mais multa de R$ 100 a R$ 100 mil.
E é provável que advogados e dirigentes do Inter também sejam incursos no artigo 220, que versa sobre "deixar de comparecer ou auxiliar em investigação da Justiça Desportiva ou entidade desportiva", cuja punição prevê multa de R$ 100 a R$ 100 mil.
Desde o dia 31 de maio, quando Mauro Marcelo finalizou o inquérito, o Inter se mobiliza em diversas frentes para limpar o seu nome junto ao STJD e à Confederação Brasileira de Futebol.
Em uma delas, pessoas ligadas à direção do clube já visitaram o presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, a fim de restabelecer a relação do clube com a entidade. Apesar desta retomada de relacionamento, o Inter dificilmente escapará de ir a julgamento. Primeiro, em uma das cinco comissões disciplinares do STJD e, depois, no Pleno do Tribunal – seja qual for o resultado, haverá recurso de uma das partes. É provável que o badalado Caso Victor Ramos seja definitivamente encerrado nos primeiros dias de julho.
*ZHESPORTES