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Em Lausanne, cidade suíça que abriga a sede do Comitê Olímpico Internacional, uma verdadeira seleção de autoridades em direito esportivo vai definir o futuro do Inter, rebaixado no Brasileirão 2016.
Experientes em julgamentos de casos polêmicos de grande repercussão, como os que envolveram Maria Sharapova, Michel Platini e Luis Suárez, três árbitros da Corte Arbitral do Esporte (CAS), a mais alta instância da Justiça desportiva mundial, definirão a partir das 9h desta terça (4h, no horário de Brasília), se o Inter poderá disputar a Série A em 2017.
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A audiência não tem hora para acabar e pode durar mais de sete horas, pela complexidade do caso, sem precedentes na história do Tribunal. A única possibilidade de a sessão ser curta seria o CAS entender logo no início não ser a instância competente para julgar o Caso Victor Ramos. Esta, porém não é a tendência.
– A questão da competência já é considerada quando o painel é formado e, normalmente, não é mais discutida. A duração é imprevisível. Vai depender da complexidade do caso e da quantidade de documentos – explica o experiente jurista carioca Peter Dirk Siemsen, 87 anos, um dos quatro árbitros brasileiros credenciados pelo CAS.
Apesar da longa duração, a Corte não costuma ter a rigidez dos julgamentos brasileiros.
– As audiências são bastante informais. Tanto os árbitros como os advogados podem interromper a outra parte durante a explanação para discutir algum ponto – detalha o advogado Marcelo Amoretty Souza, ex-assessor jurídico do Inter e com experiência em mais de 30 casos no CAS.
Para defender a tese de que o Vitória merece perder os pontos e o Inter, voltar à Série A, o clube gaúcho reuniu um quadro de juristas renomados mundialmente. O escritório dos advogados colorados Daniel Cravo e Rogério Pastl, que presta serviços ao clube desde 2008, tem grande experiência em julgamentos no CAS, tendo feito parte inclusive da defesa do atacante Luis Suárez, em 2015, no episódio da mordida no zagueiro italiano Chiellini, na Copa 2014.
Para reforçar o corpo jurídico, o clube contratou duas referências suíças em direito esportivo. Os advogados David Casserly, ex-advogado do próprio CAS, e Ross Wenzel, farão parte da defesa colorada, juntamente com o vice-jurídico Gustavo Juchem.
Esta será a equipe responsável por provar que Victor Ramos atuou de forma irregular na temporada passada e, com base nisto, tentar reverter, em Lausanne, neste dia 4 de abril, a sentença decretada no gramado de Edson Passos, em Mesquita, no dia 11 de dezembro de 2016.
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*ZHESPORTES e RÁDIO GAÚCHA