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Um dia depois de o STJD divulgar que uma perícia indicou que os documentos anexados pelo Inter no Caso Victor Ramos eram falsos, o advogado Daniel Cravo garantiu que o departamento jurídico colorado protocolou no processo os documentos exatamente da mesma forma como eles foram recebidos pelo clube.
– É rigorosamente o documento que chegou à posse do Internacional. O Inter recebeu o documento de uma pessoa envolvida com a negociação. Não coloquem isto em xeque, porque eu estou dando um fato. O documento chegou à posse em uma determinada hora e foi protocolado uma hora e 20 minutos depois. Estou dizendo um fato. O documento que o Internacional recebeu é um fragmento de conversas compiladas em um PDF. Que não se diga mais que foi falsificado pelo Internacional, porque ninguém no Internacional falsificou – disse Cravo, em participação no programa Sala de Redação, da Rádio Gaúcha.
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Na avaliação de Cravo, as diferenças apontadas pela perícia não são suficientes para gerar uma punição ao Inter.
– Existe outro tipo de análise que é sobre a utilização de documento falso. E analisar se existe dolo. Ele ensejava que havia falsidade? A falsidade era relevante juridicamente? No conteúdo do documento, era louvável a posição da CBF, porque dava a orientação certa ao Vitória, era um documento técnico dizendo que não dava para fazer a transferência. A CBF admite por escrito que deu esta informação. O Inter recebeu este documento de uma pessoa que não tinha nenhum interesse em ajudar o Internacional, a não ser estabelecer a verdade – relatou.
O advogado do Inter disse ainda que a ata notarial feita pela CBF não é definitiva, mas que a Justiça não tem mais como acessar os servidores da entidade para a geração de provas.
– Será que é por acaso de saiu uma matéria de que hackers invadiram os servidores da CBF recentemente? Para fazer a ata notarial, eles escolhem o que vai estar na tela. Eu posso ter o direito de entrar pelo servidor. Aparentemente, um hacker entrou no sistema da CBF. Então, nem judicialmente eu posso fazer esta prova. Que coincidência, né? O Inter recebeu um documento que o conteúdo era verossímil. No nosso documento, não aparecia a nota do Bernardo Zalan, que é subordinado ao Reynaldo Buzzoni (diretor de registros), mas é especializado em transferência internacional. O meu documento, se alguém acha que ele foi forjado, ele suavizou o e-mail – completou.
O Caso Victor Ramos será julgado pela Corte Arbitral do Esporte na próxima terça-feira. No entanto, o resultado do julgamento não sairá no mesmo dia.