Assim que tomar posse, em 3 de janeiro, o novo presidente do Inter, Marcelo Medeiros, já terá contas a pagar. A sua gestão herdará alguns débitos importantes de Vitorio Piffero: empréstimos duas folhas de imagens a serem pagas aos jogadores, salários de funcionários terceirizados e parcelas de empréstimos bancários. Além de um déficit contábil que poderá se aproximar da casa dos R$ 50 milhões.
– Esperamos receber o clube sem dinheiro em caixa e com dívidas de pelo menos R$ 10 milhões em janeiro – comentou um integrante da nova direção colorada. – A situação é complicada, séria, e o Inter terá algumas dificuldades para começar o ano, isso é inegável. Talvez possamos equilibrar as contas a partir do segundo semestre – acrescentou ele.
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Ainda que a temporada de 2016 não tenha sido encerrada, bem como os valores a pagar (e quase nada a receber) os cálculos da nova gestão do Inter não estão tão errados assim. Quem garante é Pedro Affatato, 1º vice-presidente eleito e vice de finanças da direção de Vitorio Piffero.
– Já conseguimos quitar os impostos, que venceram no dia 20, além de boa parte dos terceirizados e as férias do jogadores. Pagamos também a imagem de outubro dos atletas, mas a de novembro ficará para a próxima gestão pagar. E a folha de dezembro sempre é paga em janeiro. Também ficará para a nova gestão – disse Affatato.
A folha mensal do futebol profissional do Inter no segundo semestre de 2016 girou em torno de R$ 6,5 milhões. Somente a imagem, vale R$ 2,7 milhões, segundo Pedro Affatato. O vice de finanças confirma que a gestão buscou há pouco mais de um mês um novo empréstimo junto ao Banrisul, dessa vez na casa dos R$ 7 milhões, a fim de cumprir os compromissos de final de ano – em 2015, a gestão Piffero já havia buscado R$ 60 milhões em instituições bancárias.
– Já até começamos a pagar esse empréstimo. Não tivemos receitas extras, não vendemos jogadores. Tivemos apenas as luvas de R$ 40 milhões da TV (Esporte Interativo). Mas precisamos recorrer ao banco para atender os compromissos de final de ano e para evitar antecipar receitas de 2017. Sofremos lá atrás e não queremos que eles sofram também – justificou Affatato. – Tudo o que der para pagar a gente paga. O que não der, a gente deixa para amanhã – emendou.
Affatato reconhece que o Inter será entregue praticamente sem recursos de caixa e que precisará renegociar novas dívidas a partir de janeiro.
– Não há como negar, vai ficar muito pouco em caixa – admitiu Pedro Affatato. – Apesar de todas as dificuldades econômicas do país, terminamos o ano em equilíbrio. O problema do Inter é esse déficit mensal, que o clube precisa sofrer uma redução drástica no passivo. Há muitas contas deixadas para trás, a cada gestão, é algo histórico. Somente em 2016 precisamos comprometer mais de R$ 80 milhões em contas do passado. E o clube vai seguir comprometendo o seu dinheiro com o passivo por muitos anos ainda – concluiu o dirigente.
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