
Principal surpresa de Celso Roth no Gre-Nal, a escalação de William no meio-campo não causou grandes impactos sobre o desempenho do time na Arena. Diante do Atlético-MG, porém, viu-se o que o reposicionado lateral pode fazer quando está mais próximo do gol.
ZH analisa abaixo as vantagens e desvantagens da nova função de William, e destaca o que ele pode dar à equipe em um novo papel.
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Mais movediço

William é um jogador de lado de campo, mesmo quando escalado no meio. Sua movimentação, porém, o tira do flanco e o faz circular por dentro e, eventualmente, entrar na área.
Os mapas de calor mostram as diferenças de comportamento entre William, Sasha e Ferrareis quando ocupam o lado direito do meio-campo. O de William (à esquerda) é da derrota para o Atlético-MG, enquanto o de Sasha (no meio) mostra sua movimentação na vitória contra o Santos, pela Copa do Brasil (no Gre-Nal, jogou pela esquerda). O mapa de Ferrareis (à direita) é da derrota para o Botafogo, na última vez em que esteve em campo do início ao fim de uma partida.
Entre os três, William é quem mais aparece em outros setores do campo. Percebe-se pelo "trilho" em seu mapa, saindo do lado para o meio. Ferrareis, como se vê no gráfico, tende a fazer o corredor, atacando e defendendo sem se desgrudar da linha lateral. Já Sasha combina essa movimentação com eventuais entradas na área, mas não costuma aparecer na região da articulação das jogadas, como faz William.
Características da nova função
Quando atua em sua posição de origem, William costuma surpreender a marcação partindo da defesa e progredindo no campo. No momento em que encara o adversário para buscar a linha de fundo, já está "embalado" pela arrancada que se iniciou lá atrás.
Replicar o efeito desse "embalo" é uma dificuldade comum a laterais rápidos que são escalados mais à frente. A intensa movimentação fez William superar esse problema diante do Atlético-MG. Quando aparecia pelo meio, por exemplo, já estava em alta velocidade porque tinha partido do lado direito.
Além de desafiar o jogador a buscar novo espaços, a improvisação lhe garante mais oportunidades para chutar. Antes de Inter x Atlético-MG, o número máximo de finalizações de William em um jogo era de três (contando a Copa do Brasil e o Brasileirão). Diante dos mineiros, foram seis. Faltou mais precisão para aproveitar as chances, algo que pode melhorar com a adaptação ao novo papel.
Triangulações
Há uma contribuição valiosa que William pode dar ao Inter na nova função. Um dos problemas do time, desde o início do ano, é a grande distância entre os jogadores, o que desestimula a troca de passes curtos. A mobilidade do lateral convertido em meia pode amenizar essa dificuldade.
Quando a jogada está do lado esquerdo, quem está na direita costuma permanecer por lá, e só pode ser acionado com um lançamento longo. Ao vir para o meio, William incentiva as triangulações.
Se pode transformar o Inter em um time mais envolvente no ataque, a nova função de William ainda não foi testada defensivamente. No Gre-Nal, o lateral-esquerdo adversário era Marcelo Oliveira, que não é o mais talentoso dos apoiadores. Já o Atlético-MG trancou Fábio Santos atrás, assim como o restante do time, que se retraiu para defender o resultado. Será interessante observar se William terá a mesma mobilidade ofensiva quando souber que, ao perder a bola, terá de correr atrás de um lateral que sobe a todo momento.
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