Oito rodadas se passaram e o Inter continua na liderança. Firme, forte, surpreendente. Ninguém dava um punhado de dólares pelo time de Argel Fucks no começo do Brasileirão. Raros investiriam dinheiro numa casa de apostas. Quem afirmaria que o Inter seria líder na oitava rodada da competição, três pontos de distância do milionário Palmeiras, financiado por um mecenas?
De 24 pontos disponíveis, alcançou 19. Bom? Muito bom.
A tabela de classificação é seu espelho. Ao observar com atenção dobrada Inter e Atlético-MG (2 a 0), numa quinta-feira fria e chuvosa, mas com 24 mil almas vermelhas no Beira-Rio, tive uma certeza. O que movimenta o time, dá sustentação, é a solidariedade.
Vamos ao simples, sem tocar em esquemas táticos. Os 11 correm por mais 11. Duplicam suas forças nos 90 minutos. É o poder de Argel e da preparação física.
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Notem Eduardo Sasha, o goleador. Ele poderia permanecer rondando a grande área, o que ele faz bem. Mas o atacante deseja mais. Quer mais. Ajuda os laterais, corre, combate, volta, colabora na marcação. Desdobra-se. É múltiplo.
Os laterais, por exemplo, nunca estão sós. Podem avançar. Sabem que serão cobertos pelos volantes e até pelos atacantes. Um joga pelo outro. É assim que se faz uma equipe, se organiza um trabalho coletivo.
A solidariedade está cimentando o Inter. Faz o time competitivo, mesmo com um grupo de jogadores mediados, sem estrelas. A individualidade pode aparecer, como na grande arrancada de Anderson e no passe milimétrico para o gol de Vitinho, mas o que vale no fim de tudo é o trabalho conjunto.
O que Argel oferece ao Inter é solidariedade, não existe uma só equipe no país com tamanha entrega nos 90 minutos. Não é pouco. É a certeza da liderança. É um dos caminhos para o título.
Muito cedo para afirmar e projetar? Pode ser. Mas nunca é possível fugir da realidade. Ela está cravada depois de oito jogos, seis vitórias, um empate e uma derrota.
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