O Inter perdeu um ídolo na manhã desta segunda-feira. A morte de Caçapava foi uma surpresa para ex-companheiros de clube, que se emocionaram ao dar depoimentos a respeito do colorado. Cláudio Duarte, colega de equipe na década de 1970, lembra que os dois tinham uma ótima relação e faziam parte de uma turma de jogadores formados nas categorias de base.
– Tinha falado com ele há alguns dias, ele estava bem. Tinha um problema no joelho, mas o resto estava bem. Toda a vez que eu passava por ali, conversava com ele. Era um amigão. Quando ele subiu, em 1975, era um menino. Sempre tivemos uma turma dos criados na casa, era uma turma que se protegia. Eu sempre mantive com ele uma relação muito boa. Sempre que passava, conversava muito.
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De acordo com Cláudio Duarte, a última conversa entre os dois ocorreu há cerca de 10 dias.
– Nós mantínhamos uma relação até hoje, ele era muito alegre. Ficávamos relembrando nossas histórias antigas, das viagens, era uma pessoa muito querida. São 10 dias que eu falei com ele. Ele tinha colocado um stent, mas estava controlado. É uma grande perda, era um cara carismático, muito positivo – completou.
Paulo César Carpegiani, bicampeão brasileiro ao lado de Caçapava, em 1975 e 1976, descreve o companheiro como uma pessoa "amável e sem egoísmo". O ex-jogador afirma que o volante era um grande companheiro dentro de campo. Não tinha vaidade e jogava em prol do time:
– Ele não media esforços para ajudar os companheiros. Não tinha bola perdida com ele, fazia cobertura, jogava por todos dentro do campo, não tinha exceção nenhuma. Jogava o que podia por cada um. Lamento muito (a perda) – relatou, emocionado.
"Era uma força da natureza", recorda Figueroa
– Com o Caçapava na minha frente, eu jogaria muitos anos mais. E isso era verdade – recordou, com voz embargada, Elias Figueroa, em contato com ZH, direto do Chile.
O capitão do Inter no bicampeonato Brasileiro de 75/76 ainda não sabia que o amigo havia morrido.
– Estou realmente muito triste com esse telefonema. Meus respeitos à família e aos torcedores colorados. Lamento muito a morte do meu garoto – disse Figueroa, oito anos mais velho do que Caçapava.
Para Elias Figueroa, era com Caçapava que o Inter de Rubens Minelli começava a atacar:
– Caçapava era uma força da natureza. Ele conseguia marcar em todos os setores e tinha muita energia para iniciar as nossas jogadas de trás para a frente.
Um dos maiores jogadores da história do Inter recorda ainda que Caçapava era alvo de muitas brincadeiras daquele elenco.
– No fundo, Caçapava era um meninão. Sempre foi. Como era uma pessoa muito dócil, acabava sendo vítima de algumas brincadeiras. Não por maldade, mas porque todos gostavam muito dele. Sempre foi uma unanimidade em nosso grupo –comentou Figueroa, emocionado com a morte do amigo.
Natural de Caçapava do Sul, Luís Carlos Melo Lopes, conhecido como Caçapava, começou a jogar no Gaúcho de Caçapava. Ainda jovem foi para o Inter, em 1972. Participou dos dois primeiros títulos do Brasileirão conquistados pelo clube, em 1975 e 1976, e quatro Gauchões.Ele estava com 61 anos e sofreu um infarto por volta das 7h30min.
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