Perder, mesmo que seja fora de casa e para um adversário que não lutará por nada no campeonato, não é o mais grave na derrota do Inter para o Vitória. Acontece, ainda mais em um torneio longo como o Brasileirão. O gol baiano, afinal de contas, veio de uma pane mental de Ernando, um zagueiro que raramente erra.
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O problema foi a atuação. O fato de Marinho, um atacante medíocre, desprezado por Fluminense, Inter e Cruzeiro, é o emblema. Quando Marinho faz gol, inferniza a defesa e carrega o time de cartões amarelos, é porque algo realmente deu errado.
O Inter jogou muito mal. Lento, estático, criando algumas chances só na segunda etapa, claramente pela supremacia física em relação ao adversário. O gol logo cedo tirou a equipe de Argel de sua zona de conforto fora de casa, que é jogar por uma ou duas bolas, fechado lá atrás.
A partir da mancada de Ernando, teve de arriscar, sair para o jogo. E aí enfrentou muitas dificuldades. Errou passes, se atrapalhou, nada deu certo. Sempre colocou menos jogadores na área do que o Vitória, o que explica as raras chances criadas.
Argel, desta vez, não foi bem nas trocas.
Demorou demais a mexer no time, mesmo sendo visível que, daquela maneira, iria passar uma semana sem fazer gol. Substituiu de forma conservadora e tarde. Faltou a coragem que ele mesmo teve em outras partidas, na hora de recorrer ao banco.
Andrigo por Aylon, a 26 do segundo tempo, não acrescentou ofensividade. Pior: acertou em colocar Alex, mas errou em tirar Vitinho, a 32. Vitinho pode não estar bem, mas daqui a pouco emenda uma pancada de fora da área e resolve.
O Inter melhorou com as mudanças, prova de que se Argel as tivesse processado antes talvez no mínimo empatasse, pegando os baianos cansados. Teve duas chances de empatar, com Sasha e Aylon, mas o Vitória também quase ampliou. Paulão salvou em cima da linha, quase.
O Inter mereceu perder pelo que não jogou. Uma derrota que não é grave pela tabela: segue lá em cima, muito bem. Mas um desempenho tão ruim diante de um inimigo tão fraco é preocupante. Nem sempre, fora de casa, vai sobrar uma bola e o atacante acertará.