O técnico Argel creditou aos erros coletivos do Inter a derrota para o Botafogo, neste domingo, por 3 a 2, no Beira-Rio. Para o comandante colorado, os cariocas tiveram méritos em aproveitar as falhas da defesa nos lances do primeiro tempo, quando abriram 2 a 0. E a expulsão de Fabinho foi tratada pelo treinador como fundamental para o resultado. De positivo, a entrega do time em campo.
– Temos que dar méritos ao adversário. Poderíamos ter assumido a ponta, mas o Brasileirão é difícil, as vezes é mais difícil jogar contra os times da parte de baixo da tabela. A equipe foi briosa, correu, lutou. A vontade dos jogadores tem que ser louvada neste momento – declarou o técnico.
Leia mais:
Cotação ZH: Geferson é o pior em campo na derrota do Inter para o Botafogo
Sasha lamenta falta de atitude em derrota: "Tem que tirar de lição"
Inter x Botafogo: estatísticas, renda e público, saiba como foi a partida
Confira a entrevista do técnico:
O que aconteceu no jogo
Responsabilidade é minha. Jogo difícil, só para você ter uma ideia: o campeonato é tão duro e tão difícil que o primeiro, o segundo e o terceiro perderam. Sobre o jogo, tecnicamente: começamos o jogo até bem postados, e acabamos tendo duas falhas. No prmiero e no segundo gol falhas coletivas, o adversário chutou duas vezes no primeiro tempo e fez dois gols. Tivemos chances claríssimas, o Anderson cabeceou na trave. Mas o lance crucial foi a expulsão do Fabinho, no meu entendimento um lance normal. Se já estava difícil, ficou muito mais difícil. No segundo tempo jogamos com o coração, fizemos duas linhas de quatro, colocamos o Alex que entrou muito bem, o Marquinhos para ganhar velocidade, e deixamos o Sasha mais centralizado. Poderíamos ter empatado em 3 a 3, tomado 4 a 2. Temos que dar méritos ao adversário. Acabamos saindo em busca do resultado, conseguimos fazer 2 a 1, aí tomamos 3 a 1, mas em momento algum os jogadores jogaram a toalha. Eles tentaram se desdobrar. No meu entendimento, houve três pênaltis, dois para o Inter e um para o Botafogo. Mas o lance crucial foi a expulsão do Fabinho, para mim injusta. Não estou aqui para contestar a arbitragem, assumi a responsabilidade. Foi minha primeira derrota em casa no Brasileirão. Faz parte. Bayern, Barcelona, Chelsea perdem em casa. Poderíamos ter assumido a ponta, mas o Brasileirão é difícil, as vezes é mais difícil jogar contra os times de baixo da tabela. A equipe foi briosa, correu, lutou, o Bruno Baio entrou muito bem na partida. A vontade dos jogadores tem que ser louvada neste momento. Vamos lamber a ferida, que quarta tem outra batalha pela frente.
Chances desperdiçadas contra Figueirense, Coritiba e Botafogo
Eu vejo o campeonato com dificuldade sempre, e vejo o rendimento. Não é tão fácil assim jogar com os times da parte de baixo da tabela. Vale sempre os mesmos três pontos. Você tem que somar pontos. As vezes é pior contra os times da parte de baixo. Nos primeiros quatro, cinco jogos, conseguimos um aproveitamento fantástico, contra adversários de alto calibre. Só lá em dezembro que vamos descobrir se essa derrota valeu. Temos que ver a realidade: perdemos? Perdemos. Estamos tristes? Estamos. O campeonato está perdido? Não. Temos que pensar rodada a rodada, entender que a gente não fez um bom primeiro tempo. E não é porque jogou o fulano, beltrano ou sicrano. A gente não trabalha desta forma aqui. Tem que botar o jogador no estádio e ver.
Por que não conseguiu o resultado?
O adversário teve duas oportunidades no primeiro tempo. O Neilton tem qualidade, boa finalização. Tem dias que a bola não entra. Estava 1 a 0 e tivemos a bola dentro do gol, e num chutão para a frente eles marcaram o segundo. No 2 a 0 teve pênalti claríssimo em cima do Ernando. O setor defensivo, você sempre tem que estar melhorando. Mas é uma constante nossa que você sempre tem que buscar o equilíbrio. Foi um jogo atípico. Acredito que tivesse terminado 2 a 0, mas nós com 11, poderíamos, sim, buscar. O mais importante é a atitude e a entrega dos jogadores.
Erros de arbitragem
Não quero falar sobre a arbitragem, senão fica chato. É a imprensa e a direção que têm que falar. Contra o Figueirense, tivemos problemas. Contra o Coritiba, também. E hoje também. Mas não quero falar. Está ficando chato, repetitivo. Nós não jogamos contra a arbitragem. Nunca tinha visto isso, de tomar vermelho direto em carrinho lateral. Critério do árbitro não passa por mim.
Escolha por Jacsson
Tenho confiança muito grande no Jacsson e no Muriel. E eu não conhecia o Jacsson. Uma coisa é você ver treinando, mas preciso ver jogando. Ele não teve culpa nos gols. A gente dá oportunidade, por ter confiança. E o Muriel eu já conheço há muito tempo, sei o que ele pode render. Acho que o Jacsson fez uma partida boa, e é a performance dele que vai mantê-lo no time ou não. Ainda temos o terceiro goleiro, o Keiler. O Danilo vai ficar por quatro semanas, então a gente vai dar confiança. O Jacsson é um garoto, mas só vai amadurecer jogando, buscando seu espaço. Nós não temos uma definição de goleiro ou time titular, até porque o campeonato é difícil. A gente tem confiança neste grupo.
Atuação de Fabinho e Dourado nos últimos jogos
O Fabinho e o Dourado jogaram contra o Atlético-MG e o Figueirense, em que não sofremos gols. Não vejo problema. O Bob é importante, novamente vai voltar a jogar. Acho que não passa por isso o nosso problema de gols. Acho que quando você busca jogar mais à frente, contra o Figueirense ou hoje, e quando tem um jogador expulso, passa a não ter esquema. Acaba perdendo um pouco a razão. Quando a gente perde ou ganha, não é o Alan Costa, Fernando Bob, Dourado. Sobre o Alan Costa, não acho que ele falhou nos gols. No próprio jogo contra o Coritiba ele não falhou. Tenho uma confiança grande no Alan. Temos o Leandro, que está pronto, buscando sua oportunidade. Temos ele, o Rak, o Paulão, que não sabemos quando volta. Tenho, sim, confiança.
Acompanhe o Inter no Colorado ZH. Baixe o aplicativo:
*ZHESPORTES