Não é tanto pelo resultado, o empate sem gols em casa contra um adversário no qual se exige vitória na matemática dos pontos corridos. Logo na primeira rodada o Inter já está em defasagem, tendo de buscar os pontos perdidos no Morumbi, diante do São Paulo. Mesmo que tenha sido contra a Chapecoense, que almeja apenas uma pontuação melhor do que a do ano passado, quando terminou em 12º lugar. Só estas duas justificativas seriam suficientes para preocupar e assustar o torcedor colorado, mas penso que o mais grave é o desempenho, independentemente do escore em si.
O Inter de Argel sofreu demais para jogar futebol . Trocou passes em excesso no seu próprio campo, talvez por medo de fazê-lo mais perto do gol adversário, onde a marcação do adversário aperta e a chance de errar é maior. Ao erro, sucede-se a perda da posse de bola e a consequente reposição. O que exige risco, treino, repetição. O Inter roda a bola na sua linha defensiva, mesmo quando o adversário não pressiona alto, para diminuir o risco do contra-ataque. Não leva gol? Verdade. Lá se vão sete jogos sem vazar. Mas até que ponto essa ideia pode levar a disputar título?
Foi assim o empate em 0 a 0. Tirando o pênalti desperdiçado por Paulão, qual a chance claríssima de gol do Inter? O cabeceio de Aylon, no primeiro tempo. A rigor, portanto, não foi um empate no qual o time da casa amassou o oponente e martelou até o fim, creditando ao sobrenatural de almeida a bola não ter entrado. Faltou futebol. E do outro lado estava a Chapecoense, de poucas ambições no campeoanto. A troca de Artur por Ferrareis, no segundo tempo, mexendo em três posições, piorou o time. Para Ferrareis entrar no meio mais adiante, William foi para a esquerda e Fabinho veio para a direita. Que entrasse no lugar de Fernando Bob ou Fabinho, então.
Se jogar o que jogou ontem (domingo), o Inter não vai a lugar algum no Brasileirão, uma competição bem diferente do Gauchão. Terá de melhorar para lutar ao menos por G-4. Conseguirá fazê-lo antes de os reforços chegarem e encaixarem, para não ficar muito atrás na tabela?
Eis o desafio.