A saída de bola do Inter muda quando Fernando Bob está em campo. Recordista de viradas de jogo no Gauchão – são 22 inversões corretas no campeonato –, o volante de 28 anos tem sido o termômetro do time. Com ele, as jogadas normalmente começam com troca de passes, quase sempre rasteiros. Sem ele, fica a cargo dos zagueiros o início dos ataques, muitas vezes apelando para lançamentos. É a arma de Argel para atacar com consistência e organização na primeira final do Gauchão, domingo, às 16h, no Alfredo Jaconi. E, de quebra, saciar a "fome de títulos" citada pelo jogador nesta semana.
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Contratado no início da temporada por R$ 2 milhões por 50% de seus direitos, depois de se destacar pela Ponte Preta no Brasileirão – fez três gols, jogou 34 vezes, não foi expulso e ficou em quinto lugar na premiação Bola de Prata, da revista Placar –, chegou ao Beira-Rio respaldado pela indicação do técnico colorado. Virou titular já na Florida Cup.
– É um menino de bom passe. Tem ótima técnica, boa virada de jogo, leitura dos movimentos e obediência. É um cara inteligente e mesmo que não seja veloz, faz a bola andar com rapidez – comenta o técnico Adílson Batista, que comandou Bob no Atlético-GO.
Essa qualidade de passe e boa leitura para fazer as inversões acabaram por deixar com o volante a principal inovação tática proposta por Argel em 2016. Quando a bola é recuperada pela defesa, Bob recua até o meio dos zagueiros. A partir daí, percebe a movimentação dos laterais e dos demais companheiros do meio-campo para escolher o melhor caminho na saída para o ataque.
– Desde o início da carreira, ele tem essa virtude: quase não erra passes. Sai com qualidade e põe todo mundo no jogo. Muitas vezes passa despercebido, mas é fundamental ter um volante bom passador – analisa o goleiro do Brasil-Pel Eduardo Martini, colega de Bob no Avaí e adversário no último Gauchão.
A qualidade de passe e a leitura de jogo, inclusive, fizeram o volante ganhar versatilidade. Ao longo dos oito anos como profissional, desempenhou as quatro funções do meio-campo. Adílson lembra que chegou a usá-lo como camisa 10 no Atlético-GO durante o Estadual de 2012.
– Tem outro aspecto importante dele. É um jogador tranquilo, não se deslumbra nem se assusta com os jogos grandes – recorda o técnico.
A visão é compartilhada por Martini:
– É uma pessoa muito tranquila. Fora de campo é discreto, mas agregador, por isso está indo longe.
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