Boa parte da má campanha do Inter no Campeonato Gaúcho passa pelo setor ofensivo. Dentre os grandes times do país que disputam os Estaduais, o ataque colorado está entre os três piores. Tem 13 gols em 10 jogos. Ganha apenas do São Paulo, com 12 gols em 10 partidas pelo Paulistão, e do Cruzeiro, que marcou 12 gols em oito jogos pelo Campeonato Mineiro.
O próprio técnico do Inter, Argel Fucks, admite que a mecânica da equipe está azeitada dos volantes para trás. Dos armadores para a frente, há problemas graves a serem solucionados.
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No Campeonato Gaúcho, o sistema ofensivo teve uma atuação de luxo apenas na goleada por 4 a 0 sobre o lanterna Cruzeiro. Naquela tarde no Beira-Rio, Anderson, Aylon, Alisson Farias e Andrigo marcaram os gols. Em outro jogo que o Inter marcou mais de dois gols, na suada vitória por 3 a 2 sobre o Ypiranga, Aylon fez o gol decisivo nos minutos finais, mas foi a defesa quem marcou os demais, com Paulão e Rodrigo Dourado.
Há três rodadas sem vencer (empates com Grêmio, São Paulo-RG e Lajeadense), os gols igualmente minguaram. O mais recente gol da equipe de Argel saiu aos seis minutos de jogo, contra o São Paulo, no dia 13 de março. Vitinho, o atacante que no ano passado decidiu 12 partidas para o Inter com os seus gols, ainda não marcou em 2016. Já são 686 minutos sem ir às redes, em oito partidas oficiais disputadas na temporada. Uma seca e tanto e que pode explicar os defeitos de um ataque que depende de Eduardo Sasha – e seus sete gols em 2016.
– O jogador brasileiro fica parado esperando a bola. A mentalidade é péssima. Dá a impressão de que eles estão ali para ganhar dinheiro, apenas. Qual o último gol que você viu de carrinho? De barriga? Não tem mais sangue. O jogador entra em campo e não suja o calção. A cada cruzamento, você tem vontade de chorar. Eu cabeceava cem vezes por dia, dava cem chutes por dia. Hoje, o treino se resume a passe e passe e mais passe. Os jogos que vi do Inter foram de doer. Para colorados, como eu, você tem vontade de morrer – disparou o ex-centroavante Dario, campeão brasileiro pelo Inter.
Outro atacante com história no Beira-Rio, o tricampeão nacional Valdomiro Vaz Franco, adverte: o Inter não sobreviverá em 2016 sem ter um centroavante.
– Na minha época, o ataque do Inter sempre era um dos melhores do Brasil. É preocupante, porque o time não engrena, e isso é de muito tempo. Dar oportunidade para os garotos é importante. Mas o Inter precisa contratar um centroavante que resolva. Os nomes que estão aparecendo na imprensa não me agradam. Mas no mercado brasileiro não há esse jogador. Fred, talvez, mas não é jogador para o Inter. Ricardo Oliveira? Talvez, mas já passou da idade. O futebol brasileiro está carente de atacantes.
Pedro Iarley foi um dos mais importantes jogadores do Inter nas campanhas da Libertadores e do Mundial de 2006. Para o ex-atacante, a equipe de Argel precisa de um finalizador. Se Sasha está há 174 minutos sem marcar e Aylon não faz um gol há 358 minutos, é porque eles precisam de auxílio no setor ofensivo. E Iarley sugere que a direção seja ousada para contratar: que vá à Inglaterra para repatriar Alexandre Pato.
– O problema é de perfil. O Inter não tem aquele matador, o cara que empurra para o gol, que finaliza. Temos atacantes, mas não o cara que mata o jogo. São todos complementos de um ataque, de um 9 finalizador: um Fred, um Fernandão, um Ronaldo. Aquele cara que sabe fazer gol. Tem qualidade? Tem. Mas são jogadores de lado de campo, de velocidade. Pato, é de casa, está acostumado. Eu apostaria nesse garoto, ele amadureceu demais – sugeriu Iarley.
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