Essa Florida Cup que começa para o Inter na quarta-feira dá um gosto bom na lembrança dos colorados. Era 1982, meio do ano, e lá se foi o time do Inter disputar o prestigioso Troféu Joan Gamper, em Barcelona, promovido pelo clube que viríamos a vencer em 2006, dez anos atrás. Mas não apressemos a história, que é longa e nos enche de orgulho.
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Os anos posteriores a 1980 foram bicudos para o torcedor do Inter. Os anos 1970 (minha adolescência, modéstia à parte) tinham sido gloriosos, com um tricampeonato nacional que chegou a um vice da Libertadores da América em 1980, na última participação do Falcão, símbolo de toda aquela era.
Aí a coisa desandou. Ao longo de uma geração inteira tivemos o escasso prazer de celebrar apenas alguns campeonatos gaúchos e quase nada a mais, tirando aquela Copa do Brasil de 1992. Mas, curiosamente, nos anos 1980 tivemos bastante atividade fora do país. Em 1984 ganhamos a Copa Kirim, no Japão, e levamos o vice e a medalha de prata numa ótima participação do Inter vestindo a camiseta da seleção olímpica brasileira, com um enxerto carioca que era dado como craque, o agora esquecido Gilmar Popoca. Timaço colorado, com Pinga, Galvão e Dunga.
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E em 1982 rolou um dos feitos relevantes do Inter: vencemos o Joan Gamper, deixando pra trás o Barcelona, com o recém-chegado Maradona no time. Até hoje, o Inter é o único time não-europeu a vencer aquele torneio, disputado desde 1966 - vai fechar meio século agora.
Não espero da Florida Cup algo parecido, porque o tempo, o lugar e o mercado são muito diversos. Naquele começo de década de 80 aconteceu a primeira leva massiva de craques indo daqui para fora - depois de Falcão foram Edinho, Zico, Cerezo, Sócrates, Careca. Mas era para a Itália. Agora, meio time do Corinthians campeão brasileiro vai dar suas botinadas na China, quem imaginaria.
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Se o Alisson já está indo para a velha Itália, nada impede que os quase-bebês Valdívia, Dourado, Sasha e Alisson Faria carimbem um visto de trabalho no passaporte. Ordem imperial das coisas, contra a qual é difícil resistir. Estará a Florida Cup nesse trilho?
Tomara que essa nova geração tenha permanência por aqui, para fazer como um D'Alessandro, há quase oito anos vestindo vermelho. Se não der, que brilhem em terras norte-americanas mesmo assim!
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