Não existe justiça em futebol, mas se tivesse, a Ponte Preta merecia ao menos o empate no Beira-Rio. O time bem treinado por Felipe Moreira jogou no mínimo de igual para igual, sempre agrupado e dobrando marcação nos jogadores do Inter.
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Primeiro, analiso a confusão:
1) Nenhuma ilegalidade.
2) Salvo informação adicional, inclusive de dentro de campo, entendo que o mais correto seria o Inter devolver a bola lançada para fora por um jogador da Ponte. Não há como saber se o gesto era cera, para aliviar a pressão sobre a defesa paulista, embora possa ter ocorrido. O que fica disso, ao fim e ao cabo, é que tudo indica que não temos maturidade para absorver o fair play. A gente nunca sabe quem está sendo sincero nesses lances. Melhor definir em regra e pronto.
3) O gol do Inter não nasceu do polêmico fair play. Depois da cobrança de lateral, a bola girou de um lado a outro. A Ponte se recompôs totalmente na defesa. O gol de Vitinho não saiu na desatenção do fair play. Saiu pelos méritos do Inter nesse lance.
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Voltando à análise, tudo o que se dizia sobre a Ponte se confirmou. É uma equipe que toca a bola, marca lá na frente e não se acovarda na defesa mesmo fora de casa. É cedo ainda para dizer, mas ao que parece Felipe Moreira, aos 34 anos, é promessa de qualidade na casamata. Só faltou à Ponte mais poder de definição. Sua posse de bola foi de mais qualidade, tentando progredir, com movimentação.
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O Inter sobrou em bravura, mas segue com o mesmo problema. Não evolui taticamente. Falta um padrão de troca de passes com qualidade e movimentação. Os jogadores do Inter parecem não saber como se mexer no campo para produzir ofensivamente.
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Assim, restam as análises individuais. Em tempo: a determinação dos jogadores é digna de elogio. Quanto a isso zero de ressalvas. É um equipe guerreira.
Vitinho errou muitas vezes, mas ficava sozinho contra até três marcadores. O gol salvador no finzinho premiou um jogador que ao menos tentou levar o time à frente. Valdívia também tentou, sem o mesmo sucesso dessa vez. Mas lutou, na cara e na coragem.
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Nenhum volante do Inter infiltrou. A Ponte marcou Nilton e Dourado, dificultando a saída de bola. Ernando, sem cacoete, teve dificuldade de buscar o flanco. O Inter se viu amarrado taticamente, criando raras chances de gol. Teve algumas bem no começo, esporádicos arremates de longe e só. Tirando o gol, que foi bem trabalhado.
As alterações foram corretas. Artur é lateral esquerdo de origem, e Anderson de fato melhorou a saída de bola. Alisson Farias no lugar de Lisandro López, em alguns minutos, superou o inoperante argentino. Participou do gol de Vitinho.
O Inter venceu sem jogar bem em casa contra um ótimo adversário e segue vivo na luta pelo milagre do G-4. Mas tem de jogar mais futebol. A equipe de Argel ainda não inspira confiança.
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