A demissão de Diego Aguirre, confirmada na manhã desta quinta-feira pelo presidente do Inter, Vitorio Piffero, só foi uma surpresa por ter ocorrido a apenas três dias de um Gre-Nal.
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Mas os maus resultados recentes, a falta de consistência e regularidade do time após meses de trabalho, além da péssima preparação física e de uma pressão por vezes exagerada de setores da imprensa, já tornavam provável a saída do uruguaio e de sua comissão técnica.
Imagens: Félix Zucco
Mas o momento escolhido para formalizar a demissão sugere que a direção colorada temia um fiasco de grandes proporções no Gre-Nal - seja pela falta de confiança no trabalho de Aguirre, seja por algum segredo de um vestiário difícil de administrar. O fato de um treinador interino contar com mais respaldo para enfrentar o tradicional rival do que Diego Aguirre é, no mínimo, um fato incomum.
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Seria um erro, porém, a direção colorada imaginar que mudar de técnico mais uma vez será o suficiente para elevar o Inter de patamar. Desde 2010, o Colorado substitui um treinador por outro e o time segue incapaz de jogar em alto nível por longos períodos. Vive de espasmos.
Isso significa que falta uma política clara e eficiente de futebol - que começa pela adoção de um projeto de time (queremos uma equipe leve e rápida? De toque de bola? De imposição física?), pela escolha dos atletas adequados a colocar essa ideia em prática e de um treinador que não apenas tenha afinidade com o plano proposto, mas ajude a montá-lo.
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Imagens: Diogo Olivier
O Inter que Aguirre não conseguiu arrumar tentou substituir o toque de bola lento e cansativo de 2014 por uma equipe mais objetiva e rápida, mas acabou sem a consistência do ano passado e sem alcançar a capacidade de sufocar adversários. O elenco atual combina atletas em final de carreira com profissionais em recuperação e jovens em busca de afirmação. Poucos estão no auge, como Alisson e Dourado. Isso não é culpa de Aguirre, é responsabilidade das últimas diretorias - embora Piffero tenha deixado claro em sua entrevista coletiva que espera mais dos jogadores.
A demissão do técnico pode melhorar o rendimento do time, sim, mas não criará uma equipe campeã da noite para o dia sem uma mudança mais profunda no clube. Melhorar a preparação física e combater o excesso de "preservações" de jogadores será um bom começo, mas é só um começo.
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Torcedor Colorado ZH: só trocar de técnico não adianta
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