O desfecho do caso Aránguiz deverá ser ainda pior do que se imaginava. Não bastasse o jogador vir atuando visivelmente abaixo do seu potencial, demonstrar muito mais empenho na seleção chilena do que no Inter e ter negociado sua venda ao futebol alemão à revelia do clube, o chileno se nega a jogar no clube inglês que ofereceu os R$ 56 milhões pretendidos pela direção. Até aí, sem problema. Jogador não é escravo para ser forçado a trabalhar onde não deseja.
Aránguiz pede para sair do Inter: "Me deixem ir embora"
Mas convocar jornalistas para "desabafar" que deseja sair do Colorado rumo à Alemanha e, dessa forma, forçar o Inter a se submeter a uma negociação desvantajosa para a instituição é uma atitude de moleque. Ainda por cima, achou que era hora de brincar: com um sorriso na cara, disse a um dos repórteres que a tatuagem em um de seus braços quer dizer "Deixe-me ir". Por pouco não atirei o abajur na TV. Logo Aránguiz, que nunca foi aos microfones convocar a torcida, jamais chamou jornalistas para defender o clube que paga seu salário, resolveu tornar pública uma discussão que deveria ocorrer entre dirigentes, empresário e jogador. Expôs o clube e a torcida a uma situação constrangedora, para dizer o mínimo.
Aránguiz e Leicester não chegam a acordo e jogador permanece no Inter
O único ponto positivo dessa atitude lamentável foi ter confirmado o que todo torcedor minimamente racional já havia observado: o volante vinha há muito tempo jogando com a cabeça na Europa. Via no Inter um simples ponto de embarque para o Velho Continente, nada mais do que isso. Assim que começou a vislumbrar a chance de jogar do outro lado do Atlântico, se tornou outro jogador em relação a 2014.
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Fosse eu o presidente do Inter, impediria o volante de vestir novamente a camisa do Inter. Poderia seguir sonhando com a Alemanha enquantro treina em separado em Alvorada. O caso Aránguiz deveria ainda servir como exemplo para outros atletas que pensam em construir carreiras desmerecendo o clube que ajuda a revelá-los e valorizá-los. A direção colorada precisa deixar claro que uma instituição centenária como o Sport Club Internacional não é trampolim para jogador irresponsável usar como bem entender. O clube é mais importante do que qualquer atleta.
Indefinição com Aránguiz abre espaço para Anderson no time de Diego Aguirre
Aránguiz é pior do que Scocco, o argentino que saiu por falta de adrenalina no corpo. Ao chileno, não falta adrenalina, falta caráter.
xXx
Não espero goleada contra a Chapecoense nesta partida de domingo. Espero seriedade e doação dos jogadores - o que vem faltando ao chileno encantado com a Europa -, o fim das aventuras de Aguirre em relação à escalação e à organização do time e, se possível, futebol prazeroso de assistir. Se vier com muitos gols, ótimo. O fiasco de 2014 ainda está, sim, entalado na garganta.
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