Cercado pelas vaias no Estádio do Vale, Rafael Moura fez gol e mandou a torcida se calar. Só fez aumentar o volume das reclamações. Abriu uma crise. Mas é preciso entender o desabafo do tenso número 9, sem apoiá-lo.
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Torcida é plateia, o jogador precisa saber sintonizar o humor dos seus fãs, mesmo os que nem sempre suportam milhares de críticas ao vivo em 90 minutos. Na sua saída de campo, os aplausos superaram as vaias.
Mas ele reclamou dos gritos "Abel, tira o Rafael". Ficou magoado.
As próximas partidas podem reaproximar ou afastar de vez as partes.
Dos quatro gols do Inter, a torcida esqueceu que o primeiro, obra de DAlessandro, saiu de uma perfeita assistência de Rafael Moura. O estreante Gilberto, que exibiu boa trama ofensiva, marcou um. Fabrício fechou a goleada.
O novo time de Abel fez bom jogo, mesmo desentrosando, ainda sentido os efeitos colaterais da pré-temporada. Foi ofensivo, atacou sempre, usou triangulações, acionou volantes (gostei da mobilidade do chileno Aránguiz) e laterais, que marcaram dois gols. Ofereceu alguns contra-ataques, mas quem ataca muito também sofre um pouco. Claro, logo depois,quase sempre é redimido pelos gols, como aconteceu neste domingo no Vale do Sinos afetado pelas altas temperaturas, o que deu um ritmo mais lento ao bom jogo, especialmente no segundo tempo.