
Juan fez o gol da vitória colorada sobre o Flamengo neste domingo, em Caxias do Sul. Revelado pelo clube carioca, o zagueiro preferiu não comemorar o gol em respeito ao ex-clube. Os colunistas de Zero Hora David Coimbra, Wianey Carlet e Luiz Zini Pires comentam a situação: deixar de comemorar um gol contra um ex-time é, de alguma forma, desrespeitoso com os torcedores da equipe atual?
David Coimbra
Não é a primeira vez que um jogador toma esse tipo de atitude. Não é um desrespeito ao time atual, de forma alguma. Ao contrário, mostra que o jogador não é um simples mercenário, que há algo além de dinheiro a lhe motivar na carreira. A não comemoração mostra que Juan é o melhor tipo de profissional que existe: um profissional amador, que faz o que faz porque gosta.
Wianey Carlet
Eu acho que é desnecessário, mas não errado. À medida que um jogador tem um sentimento de gratidão pelo clube antigo, ele tem todo o direito de expressar esse sentimento e não comemorar o gol. Eu acho que se deve respeitar esse sentimento. Seria um desrespeito ao clube atual se ele chegasse na frente do gol e chutasse deliberadamente para fora.
Luiz Zini Pires
Luís Fabiano disse certa vez que fazer gol contra ex-time, no seu caso a Ponte Preta, seria como bater na própria mãe. O atleta tem quase sempre muito carinho pelo clube que o forma. É o caso de Juan. Mas o jogador precisa festejar a bola na rede contra suas ex-cores. É obrigação com a torcida que se esgoela nas arquibancadas, ainda com um gol nos acréscimos do segundo tempo, e que gera seu sustento. O jogador não vive num mundo à parte, precisa estar em perfeita sintonia com o grito rouco da torcida. Juan foi infeliz num instante de pura felicidade dos colorados. Mas é um direito do jogador fazer o que quer.