De sunga e óculos escuros, caminhando à beira-mar, tomando sol em uma cadeira preguiçosa ou jogando futevôlei, Dorival Júnior tem em Jurerê Internacional o seu refúgio longe do futebol. Há um ano, mora em Florianópolis, que conheceu nos tempos de Figueirense, onde começou a carreira de técnico.
De férias, em casa, porque o trabalho o obriga a passar boa parte do tempo longe do seu cantinho, Dorival fica alheio às badalações de celebridades de todos os quilates em Jurerê e cumpre uma rotina na vizinhança.
Em vez de abrigo vermelho e branco, camiseta, bermudão e chinelos. Acorda tarde, pega sua bicicleta reformada, que o acompanha há mais de 20 anos e não vende por dinheiro algum, celular em punho, vai até a padaria vizinha a sua casa, volta para o café e, depois, ruma para a praia. O retorno para o almoço costuma se dar por volta das 16h. Coisas de quem vive à beira-mar. À noite, encontros esporádicos com os amigos e jantares geralmente regados com bons vinhos.
- Os amigos já sabem: quando Dorival está de férias, o melhor a fazer é evitar o assunto futebol. Se ele puxar o tema, tudo bem. Caso contrário, os papos são outros - conta Jaci Kretzer, empresário catarinense, cônsul do Figueirense e amigo de anos de Dorival.
Em todo caso, o técnico ficou impactado com o massacre do Barcelona sobre o Santos no Mundial, afinal, ele treinara a maioria dos jogadores brasileiros. A rotina praiana é quebrada quando Fernandão o chama pelo celular. Eles costumam trocar ideias. Trabalham a remontagem pontual do time.
- Geralmente, telefono para o Dorival por volta das 11h, no máximo até o meio-dia, para as nossas reuniões por telefone. Depois, deixo que curta um pouquinho as férias - brinca o diretor técnico Fernandão.
Nesta semana, enquanto encaminhava a temporada 2012 e entabulava a negociação com o novo zagueiro, Fernandão não pôde manter apenas as conversas via iPhone. Pegou um avião e rumou para o Majestic Palace Hotel, na Beira-Mar Norte, em Floripa. Lá, em uma sala reservada, reuniu-se com Dorival. Uma conversa de três horas, das 14h às 17h. Depois, o técnico levou o capitão de 2006 até o aeroporto. Fernandão retornou a Porto Alegre. Ainda havia negócios a definir.
Dorival não saiu da Ilha. Na quarta-feira, festejou no Benvenuto, um conhecido bar da cidade, o aniversário do auxiliar técnico do Inter, Lucas Silvestre, seu filho, que cumpriu 24 anos - ou "23 e mais um", como diz Lucas, em tom de brincadeira.
O prematuro mata-mata com o Once Caldas, a partir do dia 25, tem embalado as angústias. Dorival jamais esteve na Libertadores. Haverá pouco tempo de treino e a preparação em Gramado terá de cercar a perfeição. Em Florianópolis, Dorival também evita jornalistas.
- Como tinha combinado, darei entrevistas apenas quando encerrar as férias - respondeu à solicitação de uma entrevista em Jurerê. No dia 4, na reapresentação do Inter, o Dorival versão praia dará lugar outra vez ao técnico.
Férias
Dorival Júnior aproveita o tempo longe do futebol junto da bicicleta em Jurerê
Técnico curte pedalar e conversar com amigos sobre assuntos variados, menos futebol. A menos que Fernandão ligue
Leandro Behs
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