
Depois de despontar como uma promessa do futebol no Grêmio, Jean Pyerre deixou o clube querendo dar uma pausa na carreira. Os altos e baixos foram uma marca da relação, que teve momentos felizes e conturbados.
Neste sábado (15), pela primeira vez, o meia que defende o Ypiranga enfrentará o clube onde foi formado. Em entrevista à Zero Hora, o jogador avaliou os motivo da saída conturbada da Arena.
— (Foram) Erros de ambas as partes. Hoje em dia, o lado mais fraco sempre fui eu. Isso é óbvio, é sempre o jogador. Foram diversos fatores que culminaram nisso. Às vezes, um pouco de relação minha com as pessoas. Mesmo jovem, sempre fui muito questionador e isso incomodou as pessoas. Eu entendo, mas são questões minhas — comentou e seguiu:
— Tive muito apoio do presidente Romildo (Bolzan) quando estava lá. O (Alberto) Guerra, que tinha outra função, sempre me ajudou. Sempre tive ajuda de muitas pessoas, mas com outras tive conflitos. Isso a gente não conseguiu juntar para fazer um processo bom e isso acabou atrapalhando, a relação em si.
Ele cita como o exemplo o momento em que recebeu a camisa pelos 100 jogos pelo clube.
— Todo mundo recebe camiseta, tira foto no jogo. Mas pra mim, que vim da base e fiz toda a história lá dentro, recebi a camiseta atirada em um dia de treino no vestiário no meu lugar enquanto todo mundo recebia em dia de jogo. Coisas desse tipo que eu sentia falta do clube e, daqui a pouco, o clube sentia falta de mim também em algo relacionado ao jogo — disse.
A relação com Renato
Apesar de reconhecer uma relação estremecida com o técnico Renato Portaluppi, Jean vê a situação de forma diferente no momento atual.
— Talvez, se eu tivesse uma melhor relação de comunicação com o Renato, as coisas tivessem sido melhores para mim. Antes, eu enxergava de uma maneira isso, mas hoje vejo de outra forma. Ele sempre foi um cara que, independentemente da relação que tínhamos, dentro de campo é uma coisa e o que é fora de campo fica fora de campo. Ele nunca deixou pesar nossa relação para não me colocar num jogo, para me tirar de um jogo ou fazer uma sacanagem comigo — ponderou e completou:
— Hoje em dia, tenho noção disso e antes eu não tinha. Eu sempre questionava essas coisas, mas hoje em dia...A pessoa com quem eu mais joguei fui ele. Então, ele sempre me deu um respaldo jogando. Infelizmente, não tínhamos uma relação tão boa fora de campo. Mas, tudo foi aprendizado.
Segundo Jean, a troca de dirigentes também acabou afetando o ambiente e lhe prejudicando:
— No ano do rebaixamento (2021), eu fui afastado e nem estava jogando. Sempre ficava algo sem entendimento de algum dos lados. Tirei as coisas boas para mim e cada um seguiu sua vida — concluiu.
Grêmio e Ypiranga se enfrentam neste sábado (15), às 16h30min, pela última rodada da primeira fase do Gauchão. O Tricolor já está classificado às semifinais, enquanto o clube de Erechim ainda busca uma vaga entre os quatro melhores.
*Produção: Bruno Gomes
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