A festa realizada no Aeroporto Salgado Filho na última quinta-feira (27) mostra o grau de otimismo da torcida do Grêmio com o retorno de Luan. Entre as pessoas que apostam na recuperação do jogador está o ex-diretor de futebol Marcos Chitolina. Em 2013, quando comandou as categorias de base do clube, na recém empossada gestão de Fábio Koff, o ex-dirigente foi responsável pela contratação do meia-atacante.
— O Luan foi a primeira indicação que chegou à minha mesa. Ele havia se destacado na Copa São Paulo de Futebol Júnior e recém tinha saído do futsal. Vimos alguns vídeos dele e fomos negociar com a Catanduvense. Foi a primeira solicitação de abertura do cofre que fizemos ao doutor Koff, que me cobrou: "Vai pagar tudo isso por um jogador de base?". Eu o convenci de que se tratava de um jogador diferenciado e hoje posso abrir o valor que pagamos. Foram três cheques de R$ 100 mil que levei para assinar. O Luan veio, ficou uns seis meses fazendo trabalho de transição, ganhando massa muscular e só no final de 2013 que começou a jogar futebol — relembrou ele, em entrevista ao programa Esporte e Cia, da Rádio Gaúcha.
Lançado por Enderson Moreira em 2014, Luan se transformou em um dos destaques do time profissional, sendo peça-chave nos títulos da Copa do Brasil de 2016 e Libertadores de 2017, culminando com o troféu de "Rei da América". Uma década depois, o camisa 7 volta a Porto Alegre com um status parecido: de aposta.
— Quem prejudicou o Luan foi ele mesmo. É um jogador de personalidade forte que, desde a nossa época, o trabalhávamos com cuidado. Ele tem um potencial fantástico, mas com a ida dele para o Corinthians mudou muito de ares. Lá em São Paulo as coisas são bem diferentes daqui do Sul e acho que ele se perdeu no caminho, mas ninguém pode afirmar que o Luan não vai jogar mais futebol. Ele pode estar em um mau momento físico ou com a cabeça ruim, mas tem uma capacidade técnica indiscutível. Vi que ele se emocionou na chegada ao aeroporto. Se ele trouxer isso para dentro de si, se focar e realmente quiser recuperar o nome dele, pode ser um grande acréscimo. Mesmo não tendo a mesma vitalidade de antes, se ele quiser, vai ser útil ao Grêmio — comenta Chitolina.
Um dos pontos que fazem o ex-dirigente acreditar no ressurgimento de Luan está na beira do gramado. Naquele mesmo ano em que o meia-atacante foi trazido para a base, o treinador do time profissional era Renato Portaluppi.
— Trabalhei com ele por seis meses em 2013, quando o trouxemos para o lugar do Vanderlei Luxemburgo, e me surpreendi. Saímos de 10º lugar para sermos vice-campeões brasileiros naquele ano. O Renato tem um papo reto com os jogadores. Não teria um técnico mais indicado para recuperar o Luan — aponta.