O jogo deste domingo será o reencontro de Lucas Silva com o Cruzeiro. O volante do Grêmio, um dos homens de confiança no esquema do técnico Roger Machado, enfrentará pela primeira vez o clube que o projetou para o futebol. Aos 29 anos, o jogador teve uma carreira de altos e baixos desde que surgiu como uma grande promessa no time mineiro em 2013.
Potencial que o levou ao Real Madrid, mas que nunca se confirmou pelo clube espanhol. Fez apenas 12 jogos no clube, antes de empréstimos ao Olympique Marseille e a volta ao Cruzeiro. A experiência após o retorno ao Brasil em 2017, com duas conquistas da Copa do Brasil pelo time mineiro, colocam Lucas como um dos líderes no vestiário gremista e esperança para auxiliar na campanha de retorno para a Série A.
O início de carreira de Lucas Silva coincidiu com o começo da série de conquistas do time mineiro. Mais ofensivo do que um marcador, o jovem teve sua primeira oportunidade no Cruzeiro após um rápido empréstimo para disputar o Campeonato Mineiro de 2012 pelo Nacional.
— Surgiu como promessa, um volante que tinha uma característica de bater muito bem de fora da área. Apareceu bem como um volante de chegada ao ataque. Era mais de jogar do que marcar — lembra o jornalista Bob Faria, de Minas Gerais.
Lançado por Vagner Mancini em 2012, Lucas Silva teve no trabalho iniciado no ano seguinte pelo técnico Marcelo Oliveira a lapidação de um fundamento importante para a função.
— Quando cheguei no Cruzeiro, o Lucas estava no profissional, mas não jogava com regularidade. Era muito técnico, mas tinha dificuldades na marcação. Falei com ele que o mais difícil era aprender a jogar, mas que a marcação era vontade e bom posicionamento. Treinou muito isso. Sempre tinha alguém fazendo o scout dos desarmes dele nos treinos para conferir sua evolução. E era um jogador que também tinha o chute muito bom, mas não arriscava. Incentivamos isso e ele cresceu junto com o time — comentou Marcelo Oliveira.
Lucas Silva teve a contratação definida pelo Grêmio em janeiro de 2020. O nome foi prospectado pelo diretor-executivo da época, Klauss Câmara, como alternativa para reforçar o sistema de marcação. Ele é um dos remanescentes do grupo que caiu para a Série B no ano passado, mas que soube se reinventar para seguir tendo oportunidades na equipe.
O jogador assumiu a titularidade com Roger Machado no momento que o técnico alterou a estrutura tática da equipe antes dos Gre-Nais das semifinais do Gauchão. Ao lado de Bitello, com Villasanti com mais responsabilidades defensivas, Lucas assumiu a condição de um dos destaques das decisões do Estadual, com direito a gol no jogo de ida da final, e entrou na disputa da Série B como um dos jogadores mais elogiados pela torcida.
O volante, porém, teve uma queda de rendimento desde o início da Série B, incluindo a perda de um pênalti no empate em 0 a 0 com a Ponte Preta na estreia da competição. Internamente, segue prestigiado pela comissão técnica e sem perspectivas de perder um lugar no time titular. Seu ex-técnico na época do Cruzeiro aponta a falta de maior ímpeto ofensivo como uma das justificativas para a queda atual de produção.
— Vi alguns jogos e sinto falta dele arriscar de longa distância — comentou Marcelo Oliveira.
Com Lucas Silva como uma das peças do melhor sistema defensiva da Série B, o time sofreu apenas dois gols em cinco rodadas, o Grêmio vai até a Arena Independência em busca de um bom resultado contra o Cruzeiro. Em caso de vitória em Belo Horizonte, o time de Roger Machado empata com o Bahia em pontos. Os baianos levam vantagem no momento no saldo de gols, com três gols a mais no momento.