Um dos quadros mais populares do programa Bola nas Costas, da Rádio Atlântida, é o Tweet Retrô. A vinheta diz tudo: "O passado te condena". Faça uma busca na rede social usando algumas palavras nada amistosas depois de "Lucas Silva" e veja o resultado. Deve ter bastante gente correndo para apagar o que escreveu sobre o autor do gol que dá ao Grêmio a vantagem de empatar o segundo jogo da final do Gauchão para ser pentacampeão. A transformação do camisa 16 de dispensável para parte essencial do time ajuda a explicar também o trabalho de Roger Machado.
O treinador atual fez uma mudança básica no posicionamento e ela se mostra fundamental para a melhora de rendimento. Durante a maior parte do ano do rebaixamento de 2021, Lucas Silva foi primeiro volante. No máximo, dupla, quando algum treinador optava pelo 4-2-3-1. Roger inverteu. Recuou Villasanti para a primeira função e adiantou o ex-jogador do Cruzeiro (e do Real Madrid). Lucas, agora, está na mesma linha de Bitello. E por mais que não tenha a juventude e a mobilidade do colega de missão, compensa com a experiência e a inteligência para perceber os momentos certos. Isso sem contar a liderança. Foi essa ascensão que lhe fez assumir a responsabilidade de cobrar o pênalti nos acréscimos.
— São momentos assim que diferenciam o jogador. Sempre gosto de bater pênalti e já vinha me preparando. Temos grandes batedores, como Diego (Souza) e Elias, mas treino sempre para quando surgir a oportunidade. Hoje tive a competência para marcar o gol — comentou na saída de campo.
O jogador disse também que a partir do segundo Gre-Nal, o de ida da semifinal, o time entendeu mais o modelo pedido por Roger. E por isso se aproximou do título.
Mas há, agora, o jogo de volta. Lucas Silva será um dos personagens. Especialmente pelas declarações de Luizinho Vieira. Segundo o treinador do Ypiranga, o jogador do Grêmio fez uma provocação, falando que era melhor dar pouco acréscimo porque o time da Capital faria mais um gol e aumentaria a vantagem no Interior. Isso certamente será um componente de motivação.
Se bem que um jogador com a experiência de Lucas não deverá se intimidar. E se quiser se motivar, basta colocar seu nome atrelado a algum elogio na rede social. Eles são muitos. O futebol e o Twitter são dinâmicos demais.