Quando o sorteio definiu o Flamengo de Renato Portaluppi como adversário na Copa do Brasil, alguns gremistas temeram por uma eliminação vexatória em razão da diferença dos momentos dos dois clubes na temporada. Pois o primeiro tempo do jogo desta quarta-feira (25), na Arena, até deve ter animado esses torcedores, mas, depois, eles acabaram vendo que tinham razão no pessimismo inicial.
O Grêmio, é verdade, foi superior ao Flamengo no primeiro tempo do jogo de ida das quartas de final. No entanto, tudo foi por água abaixo em uma etapa final vexatória que terminou com um placar de 4 a 0 para o Rubro-Negro, o que decretou a pior derrota do Tricolor na história da Copa do Brasil.
Escalado novamente como lateral-esquerdo e um dos mais experientes do elenco gremista, Rafinha admitiu a dificuldade para entender o que aconteceu nos 45 minutos finais.
— É inexplicável. Fizemos um primeiro tempo maravilhoso. Com um jogador a mais, cometemos erros infantis no segundo tempo e culminou neste placar aí. Com a maneira que começamos o primeiro tempo, não tem como aceitar um placar desses. É triste. No futebol nada é impossível, claro que fica muito mais difícil, é uma equipe qualificada como o Flamengo. Mas vamos trabalhar porque isso não pode acontecer mais — afirmou o jogador na saída do gramado.
O técnico Luiz Felipe Scolari assumiu a responsabilidade pelas suas escolhas, principalmente pelas substituições que abriram o time no segundo tempo após o Flamengo ter saído na frente logo aos 7 minutos.
— O que determinou o nosso fracasso foi o primeiro gol do Flamengo. Foi uma bola de escanteio, uma situação que temos trabalhado bem e ainda não havíamos tomado gol dessa forma. O jogo estava 11 contra 10, depois de um primeiro tempo muito bom. Acredito que tomar o gol tirou totalmente a nossa concentração — declarou.
Felipão foi firme ao assumir a responsabilidade pela goleada. Ele disse, no entanto, que não poderia arriscar na busca por um melhor resultado no segundo tempo.
— Eu escalei e eu substituí. Se tem algum culpado, sou eu. Eu penso as escalação e as trocas. Quando dá certo, responsabilidade minha. Quando dá errado, a culpa é minha. Assumo a responsabilidade — afirmou:
— As trocas não deram certo. Jogamos bastante com os zagueiros, o Flamengo permitiu isso e fechou os lados, onde não conseguimos cruzamentos, dribles nem jogadas individuais. Perdendo você corre o risco e tenta alguma coisa. Se não tenta, vai para casa pensando "por que não tentei?". Tentamos fazer coisas que treinamos. Algumas vezes dá certo, outras não — completou.
Com a eliminação praticamente decretada na Copa do Brasil, o vice de futebol Marcos Herrmann afirmou que o momento é de remobilizar o grupo para uma reação no Campeonato Brasileiro. O dirigente até tentou minimizar a goleada histórica em razão da atuação do primeiro tempo.
—A Copa do Brasil se tornou praticamente inviável. Temos de encarar isso e o Brasileirão com absoluta prioridade. Nosso grande desafio nesses três dias até o jogo com o Corinthians é recuperar o ânimo. Precisamos lembrar que fizemos bons jogos e que o nosso primeiro tempo de hoje (quarta-feira) foi muito bom. O segundo foi terrível, mas o primeiro muito bom. Então sabemos fazer o certo. Não podemos deixar o pessoal parar de acreditar em si mesmo. Temos um bom elenco e condições de praticar um bom futebol. Não podemos deixar que 45 minutos façam a peteca cair.
A partida de volta entre Grêmio e Flamengo será apenas em 15 de setembro. Até lá, o Tricolor tentará recuperação no Brasileirão, onde recebe o Corinthians no próximo sábado (28), às 21h, na Arena, com a chance de deixar a zona de rebaixamento em caso de vitória. Douglas Costa, que deixou a partida desta quarta-feira, no primeiro tempo, com dores na coxa esquerda, deverá ser desfalque. Campaz entrou na etapa final contra o Flamengo e poderá fazer o primeiro jogo com o titular.