
Com a confiança renovada após a goleada sobre o Vitória, pela Copa do Brasil, o Grêmio volta ao Campeonato Brasileiro para encarar o Bragantino na noite deste sábado (31), às 21h, pela 14ª rodada. O jogo no Estádio Nabi Abi Chedid será uma prova de fogo para a defesa gremista. A equipe paulista tem o segundo melhor ataque do Brasileirão, com 24 gols marcados – somente um a menos que o Palmeiras, líder e time mais goleador da competição.
Se contra o Vitória o Tricolor mostrou sua versão mais ofensiva na Era Luiz Felipe Scolari tendo iniciativa com posse da bola procurando jogar a maior parte do tempo no campo de ataque, o time deverá voltar a adotar uma postura reativa neste sábado. O próprio Felipão admitiu ainda no Barradão a diferença entre os jogos. O treinador usou o alto número de desfalques para justificar a dificuldade do Grêmio para se impor sobre os adversários de maior qualidade neste momento.
— A equipe do Vitória deixou que a gente tivesse essa postura (propositiva). Temos fora nove atletas que têm condições de jogar no time principal. Quando não se tem nove jogadores, você sofre um pouco mais e permite ao adversário ter mais posse, a ter uma condição de ficar mais com a bola. Se analisarmos a partida contra o América-MG, veremos que tivemos chance de matar o jogo mesmo que eles tenham ficado mais com a bola. Precisamos ter calma. Daqui alguns dias vamos ter todo o time à disposição e teremos condições de melhorar a equipe contra qualquer adversário — projetou.
A lista de desfalques inclui nomes que estão no departamento médico, casos de Kannemann, Maicon, Thiago Santos, Ferreira, Rafinha, Douglas Costa e Diego Souza, além de Brenno e Matheus Henrique, em Tóquio com a Seleção Olímpica. Geromel viajou a Salvador, mas não estava em condições de jogar. O capitão voltará neste sábado e sua presença é um trunfo para o Tricolor apresentar uma consistência defensiva, preocupação demonstrada por Felipão desde sua chegada.
O Grêmio até teve um bom desempenho nesse quesito logo na chegada do treinador e não levou gols nos três primeiros compromissos. Depois, o sistema defensivo foi vazado pela LDU – no jogo que custou a eliminação na Sul-Americana – e América-MG antes de voltar a terminar zerado contra o Vitória. Essa preocupação em priorizar a defesa é um discurso seguido até mesmo por pelos homens de ataque.
— Vai ser um jogo difícil, mas a gente está se preparando para isso. O que temos de fazer é manter a calma. É como o professor Felipão fala: cada jogo é um passo de cada vez. Não podemos dar um passo maior que a perna porque podemos nos atrapalhar. Então, vamos com calma, bem fechadinhos, para fazer o melhor resultado — disse o centroavante Ricardinho, ao projetar o jogo desta noite.
A preocupação com a parte defensiva, porém, não pode significar entrar em campo pensando apenas no empate. Isso porque a situação do Grêmio na classificação é tão ruim que nem mesmo uma vitória tirará o clube da zona de rebaixamento. Se empatar, o Tricolor poderá terminar a rodada seis pontos atrás do primeiro time fora do Z4. Em caso de derrota, o time gaúcho pode ser alcançado em pontos pela lanterna Chapecoense.
Adversário com boa campanha, mas que não assusta em casa
Dono do segundo melhor ataque e último clube a ter perdido a invencibilidade no Brasileirão, com a derrota para o Fortaleza na rodada passada, o Bragantino tem tido problemas como mandante. Até o momento, o clube venceu apenas um dos seis jogos que fez no Estádio Nabi Abi Chedid – os demais terminaram em empate. O aproveitamento como mandante é de apenas 44,4%.
— Esse dado é curioso porque o time procura manter a forma de jogar independente do mando. Esses resultados em casa foram diferentes. Contra o Bahia (3 a 3), por exemplo, o Bragantino foi muito superior, mas falhou na bola alta e ao permitir contra-ataques, diferente do Ceará (0 a 0), que se postou fechado e o time não soube encontrar espaços. Depois, o Santos (2 a 2) foi um jogo de altos e baixos com empate cedido no último lance. As partidas em casa não seguiram um padrão — ressalta o repórter do Correio de Atibaia e setorista do Bragantino Rodrigo Seixas.
Ele aponta os pontos fracos do Bragantino na fase defensiva. O time sofreu 16 gols no Brasileirão (o sexto mais vazado).
— A equipe tem problemas na bola aérea defensiva. Outra dificuldade é a exposição aos contra-ataques. O Bragantino costumar subir a marcação com muitos jogadores no campo do adversário. O time chega a fazer bastante gols dessa forma, mas também acaba sofrendo quando o adversário consegue furar essa pressão. Independiente del Valle, Fortaleza e São Paulo são exemplos de times que marcaram gols em transições assim.
Eliminado da Copa do Brasil, o Bragantino teve a semana livre para treinamentos. O meia Claudinho, com a Seleção Olímpica, é desfalque na equipe titular. Expulso contra o Fortaleza, o técnico Maurício Barbieri não poderá ficar na casamata neste sábado. O time vai ser comandado pelo seu auxiliar, o ex-volante Claudio Maldonado.
Os cenários para o Grêmio
- Vitória: pode ganhar posição se o América-MG perder para o Atlético-GO. Na melhor das hipóteses, ficará um ponto de sair do Z-4.
- Empate: não ganha posição e, na pior das hipóteses, distância para sair do Z-4 ficará em seis pontos.
- Chance de voltar à lanterna: Grêmio perder e a Chapecoense vencer o Santos, tirando um saldo de seis gols em relação ao Tricolor.