Antes do clássico com o Flamengo, o Avaí. Ainda que todos os pensamentos gremistas estejam voltados para o começo do mata-mata semifinal da Libertadores, a partir de 2 de outubro, na noite desta quarta-feira (25), às 20h, a equipe de Renato Portaluppi receberá o time catarinense. Será a última apresentação do time titular antes do retorno à Libertadores. No domingo, no Maracanã, os reservas jogarão contra o Fluminense.
Seguindo a rotina antes dos mata-matas, Renato dará um descanso de jogos aos titulares às vésperas do começo da grande decisão. Por isso, a partida contra o ascendente Avaí surge como a última apresentação da equipe. Léo Moura, Maicon e Luan terão a chance de encorpar a equipe novamente. Léo, que retorna aos aos gramados depois de 41 dias, e Maicon, que ficou 31 dias afastado, estão de volta ao time. Enquanto que, sem Jean Pyerre, lesionado, o Rei da América de 2017 terá a chance de recuperar o tempo perdido e, uma vez mais, se apresentar como um jogador decisivo nos grandes clássicos. Sobretudo para Moura e Maicon a partida vale como uma retomada mais forte antes da Libertadores.
Ainda que o foco seja o Flamengo, o Grêmio precisa ter cuidado com o Avaí. No primeiro turno, empate em 1 a 1, na Ressacada. Mesmo que o clube catarinense esteja no Z-4, e lutando para sair, nas últimas quatro rodadas, a equipe de Alberto Valentim venceu três jogos e perdeu apenas um. Em franca campanha de recuperação no Campeonato Brasileiro, com três goleadas vitórias consecutivas, o Grêmio poderá colar no G-6 em caso de novo triunfo em casa.
E todo o cuidado é pouco, uma vez que nessa temporada o Grêmio já deixou pelo menos cinco pontos em casa, em partidas que deveriam se transformar em vitórias, como na surpreendente derrota de virada para o Fluminense, por 5 a 4, e no empate não menos surpreendente com a Chapecoense, em 3 a 3.
— Primeiro, vamos enfrentar a nossa realidade. Estamos buscando chegar ao G-6, ao G-4, e de acordo com nosso desempenho nos jogos, conquistando os pontos necessários para chegar perto do pelotão de cima. Lá na metade do segundo turno vai estar definido onde dá para chegar. Mas nossa ideia agora é chegar nos seis primeiros colocados — comentou um consciente Matheus Henrique, ainda antes da partida contra o Goiás, no encerramento do primeiro turno.
Um fato que poderá contribuir com o objetivo gremista é que, até ser encerrada a fase semifinal da Libertadores (em 23 de outubro, com o jogo do Maracanã), o time principal poderá atuar em até cinco dos sete jogos que serão disputados pelo Brasileirão, entre um "mata" e outro com o Flamengo. Mesmo se classificando para a decisão continental, contra River Plate ou Boca Juniors, Renato Portaluppi ainda poderá usar o que tem de melhor em até seis jogos. Se for eliminado, restarão 11 rodadas até o final do Campeonato Brasileiro - e a dedicação será total e exclusiva até 8 de dezembro. Mas, antes de enfrentar o Flamengo, na Libertadores, os titulares do Grêmio têm de vencer o Avaí para encostar no G-6.
Fechando a casinha
Penúltimo colocado no Campeonato Brasileiro, o Avaí terá a dura missão de tentar parar o Grêmio em seu estádio. Com o vai e volta do clube catarinense da Série B, Avaí e Grêmio se enfrentaram apenas duas vezes na Arena, com uma vitória para cada lado: pelo Brasileirão de 2015, deu Grêmio 3 a 1; já pelo campeonato de 2017, o Avaí ganhou por 2 a 0.
— Qualquer coisa que o Avaí conseguir em Porto Alegre será lucro. Alberto Valentim arrumou um pouco o time, preencheu mais os espaços no meio-campo e, a partir dos últimos jogos, fechou o sistema defensivo, se tornando mais competitivo e eficiente na defesa — analisa Rodrigo Faraco, comentarista do Diário Catarinense. — Mais protegida, a defesa passou a acertar mais. É claro que, em algumas partidas, o goleiro Vladimir foi o melhor em campo. Mas o Grêmio terá pela frente um Avaí mais brigador. Quem tem chamado a atenção é o atacante Jonathan (de 20 anos, que passou pela base do Inter), que marcou os gols das últimas vitórias — completa Faraco.
Para o setorista do Avaí na Rádio CBN/Diário, Janniter de Cordes, a tendência é o Avaí se retrancar e buscar um gol assim que conseguir encaixar um contra-ataque:
— Apesar das três vitórias em quatro jogos, o Avaí tem pouco a fazer para ganhar do Grêmio, a não ser "fechar a casinha". Fechar o meio-campo, algo que deu certo contra o Athletico-PR e contra o Atlético-MG (duas vitórias). Valentim fará isso na Arena: jogará fechado, sem se expor, que seria suicídio para o Avaí. A equipe tentará empatar e jogar por uma bola, para tentar ganhar em um contragolpe.
A preocupação do Avaí na partida contra o Grêmio faz sentido. Afinal, das últimas 13 partidas no Brasileirão, a única derrota gremista ocorreu para o Flamengo, no Rio, com o time reserva. A equipe vem de três goleadas no campeonato e, para o zagueiro Kannemann, vive a melhor fase da temporada:
— Nós começamos o Gauchão bem, sem perder, e sofrendo poucos gols. No Brasileirão, não começamos muito bem nem na Libertadores, mas chegamos à semifinal. Melhoramos no nacional também. Acho que estamos no melhor momento do ano.
