O sábado (6), que se desenhava promissor para o Grêmio, terminou com uma preocupação que irá se prolongar pelos próximos dias. Para começar, faltou a vitória contra o Bahia, na Arena, que colocaria a equipe na vice-liderança do Brasileirão e em condições de assumir a ponta na rodada seguinte. Por fim, coube a Renato antecipar-se ao diagnóstico médico e, baseado em sua experiência como ex-jogador, anunciar que a lesão muscular sofrida por Everton no final do primeiro tempo praticamente o alija do primeiro jogo contra o River Plate, pelas semifinais da Libertadores.
Uma outra preocupação ainda emergiu do abatido vestiário do Grêmio. Renato foi duro ao dizer que a desatenção defensiva que gerou o primeiro gol do Bahia, a dois minutos de jogo, não mais poderá se repetir, sob pena de tirar do clube a possibilidade de terminar o ano sem mais títulos, meta considerada prioritária.
Ao falar sobre a lesão muscular de Everton, Renato, respaldado por uma carreira de quase duas décadas dentro de campo, não fez rodeios.
— É preocupante. Pelo que conheço de lesões, fica um bom tempo parado. Contra o River Plate (o primeiro jogo, em Buenos Aires, dia 23), será muito difícil. Vamos ver os exames. É um jogador importantíssimo para a gente — ressaltou.
Conforme o treinador, não é menor a preocupação em relação ao goleiro Marcelo Grohe, que só resistiu um tempo de jogo. O exame de imagem irá determinar o tempo de parada:
— Marcelo sente o adutor também. É mais ou menos como Everton.
Para Renato, todas as inesperadas dificuldades enfrentadas pelo Grêmio contra o Bahia decorreram de uma falha defensiva cometida aos dois minutos de partida. O lateral cobrado com força por Léo na direção de Gilberto, que terminou com o cabeceio de Elber, era uma jogada que, segundo o treinador, já havia sido debatida entre ele e seus jogadores ao longo da semana.
— Nos dois gols, aconteceram coisas que não podem acontecer. Não podemos tomar gol de lateral aos dois minutos. Depois, Marinho demorou para sair e tomamos outro — disse Renato, antes de apontar uma mínima forma de consolo: — Poderia ser pior. Ganhamos um ponto hoje (sábado), não perdemos dois.
Ainda assim, ele deixou claro que a cobrança, que já era grande, irá se tornar muito maior a partir de agora. A dez rodadas para o encerramento do Brasileirão, o Grêmio tem como meta inicial voltar ao G-4. A missão se torna mais difícil porque o próximo jogo será contra o líder Palmeiras, no Pacaembu. Ao mesmo tempo, será preciso, nos próximos dias, concentrar boa parte da atenção no River Plate. Por isso, erros como o de sábado não poderão se repetir.
— Também entramos desfocados contra o Estudiantes (derrota por 2 a 1, em Quilmes, no jogo de ida das oitavas de final). Não podemos dar esse mole. O futebol é fatal, a bola pune. No momento em que o juiz apita, todas as coisas podem acontecer — alertou o treinador.
De folga até terça-feira, o Grêmio também tratará de recuperar Ramiro e Léo Moura, que ficaram fora no sábado por desconforto muscular. O consenso é que, não fosse o vacilo de sábado, todos os problemas poderiam ser resolvidos com mais calma. A bola, como disse Renato, puniu.