Por trás do estilo fashion de Jandrei, goleiro da Chapecoense, há uma história de vida que renderia um roteiro de cinema. Jandrei chegou ao Inter ainda nas escolinhas. Foi lapidado no Beira-Rio e cumpriu toda a trajetória até o profissional. Mas não havia espaço para ele. O contrato acabou em 2013, e Jandrei ficou sem clube e sem rumo. Chegou a pensar em desistir, me conta Leonardo Martins, preparador de goleiros das categorias de base que trabalhou com ele no Inter dos 13 aos 20 anos.
Qual foi a trajetória do Jandrei no Inter?
Ele trabalhou nove anos no Inter. Não foi aproveitado por estar numa entressafra. Havia o Alisson Becker, hoje titular da Seleção Brasileira, nascido em 1992, e o Jacsson, que na época era goleiro da seleção pré-olímpica, nascido em 1994, e hoje no Santa Cruz. Costumo dizer que o Jandrei tem um estilo de jogo europeu jogando no Campeonato Brasileiro. Falo isso pelo estilo de jogo apoiado dele.
O que vem a ser jogo apoiado?
No Inter, nas categorias de base, o André Jardine, hoje no São Paulo, incentivava o modelo de jogo com os pés, com o goleiro fazendo cobertura fora da área e tendo leitura de jogo. O Jardine, por ter vindo do futsal, incentivava isso. Trabalhamos essa ideia com todos os goleiros da base. Infelizmente, o Jandrei não ficou no clube. Ele era de uma geração muito competitiva. Mas todo o processo de base dele foi feito no clube. Me lembro de que era exímio pegador de pênaltis, destacou-se por isso na base.
Me lembro dele no Novo Hamburgo, em 2014, onde não teve atuações estáveis. Como ele parou na Chapecoense?
Ele saiu do Novo Hamburgo e foi quando colocou em xeque muita coisa na carreira. No ano passado, foi jogar a segunda divisão catarinense no Tubarão. Ali, ajudou o clube a subir e disputou a primeira divisão neste ano. Fez sete jogos, e a Chapecoense o levou por empréstimo para ser o terceiro goleiro (atrás de Arthur, ex-Benfica, e Elias, ex-Juventude). A chance apareceu, e ele entrou muito bem, teve grande atuação contra o Lanús. Com ele, o time não perdeu em sete jogos.
