A derrota para o Corinthians, que aumenta em quatro pontos a distância do Grêmio para o líder do Brasileirão, também serve como argumento final para a definição das prioridades do clube na sequência da temporada. Ao anunciar time titular contra o Atlético-PR, quarta-feira, pela Copa do Brasil, e dia 10, em Mendoza, frente ao Godoy Cruz-ARG, pela Libertadores, Renato Portaluppi sinalizou que o Brasileirão fica em segundo plano.
Talvez fosse diferente caso a vitória tivesse sido alcançada neste domingo (25). Ainda que recém tenha sido disputada a 10ª rodada do campeonato, Renato já calcula o tamanho do esforço que precisará ser empreendido para alcançar o clube paulista. Sobretudo pelo número de competições em que o Grêmio está envolvido.
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– A vantagem (do Corinthians) é enorme. De um planeta para o outro. Se não tivesse a Libertadores e Copa do Brasil, o Grêmio estaria entre os três que disputariam o Brasileiro. Quem não disputa outras competições, joga uma vez por semana, vai ser poupado do desgaste. Ficam só na sombra, na rede, olhando os outros se desgastarem – comentou o técnico, sem esconder o orgulho por trabalhar em um clube que, por sua grandeza, conta com calendário cheio.
O vice de futebol Odorico Roman sustenta que a preservação de titulares contra o Palmeiras é justificada por questões físicas. Ao antever que o Corinthians também irá tropeçar, não considera quatro pontos uma diferença considerável.
– O Grêmio está no páreo pelo Brasileirão também. Não está fora por causa dessa derrota – acredita o dirigente.
Internamente, a frustração pela derrota é compensada é compensada pela certeza de que o Brasileirão, por sua longa duração, ainda será marcado por reviravoltas. Renato prevê que o Grêmio, como os demais clubes, tanto poderá avançar quanto cair na tabela. Dentro do possível, ele quer que o time se mantenha no grupo dos primeiros colocados.
– Infelizmente, mais cedo ou mais tarde, iríamos tropeçar. Foi hoje (ontem), contra um adversário que está disputando com a gente. O que eu pedi para meu grupo é que sempre estivéssemos no pelotão da frente. Sabemos que vamos queimar alguma gordura devido à Copa ado Brasil e Libertadores – afirmou.
Renato defendeu Marcelo Grohe das críticas da torcida pelo gol do Corinthians. Não só não viu falha, mesmo que a bola tenha passado pelo meio das pernas no chute de Jadson, como contesta que o goleiro viva uma fase de declínio.
Último jogador a deixar a Arena, mais de uma hora depois de encerrada a partida, Grohe disse ter sido traído pelo chute e pela rapidez da bola.
– Foi no meio das pernas, mas apenas não consegui fechá-las pela velocidade. Uns dirão que é falha, outros, não. Mas é do jogo. O torcedor tem todo o direito de ficar chateado – reconheceu.
Sobre as contestações da torcida, Grohe diz ser esta a sua realidade desde o início da carreira. Disse que é feliz no clube, mas deixou a direção à vontade para tomar qualquer decisão sobre seu futuro.
– Estou no profissional desde 2005 e desde 2006 sou contestado. Há quem goste e quem não goste. O dia em que o Grêmio entender que não sirvo mais, saio pela porta da frente sem problema nenhum – disse.
Amigo de Grohe, com que chegou a dividir apartamento quando os dois chegaram ao Grêmio, Cássio também partiu em sua defesa. Acredita, até, que Jadson tenha errado o chute, traindo o goleiro. Explicou o quanto é difícil para quem é da função calcular o tempo certo quando o chute muda de um lado para o outro.
– Foi um lance muito rápido. Grohe não conseguiu fechar as pernas. Mas não cabe a mim julgar, também sou goleiro. O que sei é de sua história muito bonita no clube – destacou.
Sobre o pênalti cobrado por Luan, disse não ter estudado de forma detalhada a forma de cobrança do atacante:
– Eu sabia que ele daria a paradinha, mas não sabia o canto em que iria bater. Esperei o máximo possível pelo chute.
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