Decisivo no penta do Grêmio na Copa do Brasil, Pedro Rocha tem se notabilizado nesta temporada pelos gols perdidos. A cena se repete com certa frequência quando a bola é lançada ao atacante: dentro da área, ou ele para nas mãos do goleiro ou conclui para fora.
Contra o Iquique, na terça-feira, foram duas chances claras no primeiro tempo. Após passe longo de Bolaños, Rocha apareceu às costas dos zagueiros, avançou com a bola dominada e tentou vencer Cortés com um chute rasteiro, que foi espalmado pelo goleiro da equipe chilena.
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Minutos depois, o cenário foi o mesmo. A diferença é que Ramiro fez o lançamento e a conclusão de Rocha foi para fora. Na segunda etapa, outra oportunidade perdida cara a cara com o goleiro. Mas, desta vez, o chute cruzado desviou na marcação.
Os erros foram relevados por Renato. Pelo papel tático que desempenha no lado esquerdo, cobrindo Marcelo Oliveira na marcação, Pedro Rocha ganhou a confiança do treinador, que não pensa em tirá-lo do time. Ainda assim, o atacante levou um puxão de orelhas.
– Nós explicamos e damos confiança, é tudo o que posso fazer por ele. Ele já nos ajudou muito e pode nos ajudar mais – disse Renato, que brincou sobre a exibição de seus lances ao garoto:
– Só não vou mostrar meu DVD porque ele vai achar que é algo de outro mundo.
É justo lembrar que Rocha marcou um belo gol contra o Veranópolis no último final de semana. Na entrada da área, limpou a marcação e concluiu no canto. Mas, ainda assim, é pouco. Com 11 jogos neste ano, o atacante fez 21 finalizações segundo o Footstats. Em 2016, foram 62 conclusões em 42 jogos, com 12 gols marcados. Ou seja, a média era melhor: um gol a cada cinco tentativas.
Para o ex-atacante Nildo, que fez o gol do título sobre o Ceará na Copa do Brasil 1994, Pedro Rocha necessita de mais treino. Sugere que, após as atividades comandadas por Renato, Rocha dedique tempo a repetir conclusões para refinar seu repertório. Praticar chutes de chapa e peito de pé para ter mais confiança. O ex-centroavante também dá outro conselho:
– Ele precisa ser mais grosso. É fechar o olho e dar uma varada. Nem todo o gol precisa ter toque bonito. Você é menos cobrado se perde gol chutando forte do que se erra tentando um golaço.
Goleador da Libertadores de 2002 pelo Grêmio, Rodrigo Mendes acertava mais do que errava. Mas, óbvio, não era infalível. Hoje formado em administração de empresas e marketing e prestes a erguer um complexo esportivo no bairro Jardim Planalto, na Capital, observa que fatores como pressão da torcida e mídia pesam na hora de fazer o gol. Diz que até jogadores consagrados desperdiçam chances. Ontem, por exemplo, ele viu pela televisão Vidal, do Bayern de Munique, errar pênalti contra o Real Madrid.
– Pedro Rocha tem qualidade, vai amadurecer e ganhar mais confiança quando aperfeiçoar a parte técnica. Tudo vai sendo refinado nos treinamentos – diz o ex-atacante, que, entre idas e vindas, teve cinco passagens pelo Grêmio.
Quando fala em treinamento, Rodrigo lembra que, no seu caso, eles eram extenuantes.
– Eu até extrapolava um pouco. Treinava chute do meio-campo, intermediária e aperfeiçoei as conclusões de média e longa distância – conta.
ZHESPORTES
Travado
Ex-atacantes dão dicas a Pedro Rocha para "botar o pé na forma"
Com só um gol neste ano, herói do penta precisa evoluir em finalizações
Adriano de Carvalho
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