Quase escondido pelas quartas de final do Gauchão e Libertadores, o jogo contra o América-MG, nesta quarta-feira, pela Primeira Liga, não despertaria maior atenção não fosse a presença de Lucas Barrios.
Reivindicado como titular por boa parte da torcida, o argentino naturalizado paraguaio é o atrativo maior no jogo em que o time tenta vencer pela primeira vez na competição. Vitória na Arena garante classificação para a segunda fase, marcada apenas para o final de agosto.
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É a segunda chance que Barrios recebe para iniciar um jogo. Na primeira, dia 19 de março, contra o Veranópolis, sofreu lesão muscular no primeiro tempo e resistiu até os 18 do segundo. Para sua sorte, a recuperação foi rápida.
– Eu fiquei muito triste (com a lesão). Faz parte do trabalho. Não foi uma lesão séria. Me recuperei e voltei mais forte, convertendo gol. Tem que saber passar por situação difícil – diz.
O centroavante é especialista em driblar dificuldades. No Chile, onde despontou para o cenário internacional, iniciou no pequeno Temuco, marcando 12 gols em 28 jogos em 2004. O bom desempenho o levou ao Cobreloa no ano seguinte, onde teve desempenho ainda melhor: 26 gols em 39 partidas.
Após uma breve passagem pelo Atlas, do México, em 2007, foi contratado pelo Colo-Colo no meio daquela temporada. Lá, marcou história.
– Aqui, Lucas Barrios foi um craque. É ídolo até hoje no Colo-Colo – resume o jornalista chileno Andrés González.
Também pudera. Entre 2007 e 2009, marcou quase que um gol por partida: 53 em 58 jogos. O mais marcante foi em um clássico contra a Universidad de Chile, em outubro de 2008. Depois de abrir o placar, Barrios teve uma crise estomacal e vomitou em campo. Teve até de ser atendido pelos médicos.
Mas deu uma lição de superação. Quando voltou ao gramado, recebeu a bola na intermediária, arrancou, driblou quatro adversários e tocou na saída do goleiro. Um lance que ficou na história do clube chileno.
– Ele destacou muito nos jogos contra a La U – observa o repórter chileno Ramiro Fuenzalida.
No Grêmio, Barrios também estreou num clássico. No primeiro Gre-Nal do ano, dia 4 de março, atuou 31 minutos e deu mais presença de área ao time de Renato. Também entrou contra o Zamora, pela Libertadores, e no jogo com o Brasil-Pel. Com a convocação de Bolaños para a seleção equatoriana, vislumbrava uma sequência de jogos. Mas a lesão contra o Veranópolis impediu sua permanência na equipe. Agora, recupera aos poucos seu espaço, mas sem pressa de virar titular.
– O Grêmio tem uma forma de jogar, posso me adaptar tranquilamente a ela. Quando brigamos por muitos títulos, é importante ter um time forte – observa o centroavante, que disse ter passado por um mês complicado com sua mudança de São Paulo a Porto Alegre.
Abril começou diferente, com o primeiro gol pelo Grêmio contra o Veranópolis, desta vez pelas quartas de final do Gauchão. Hoje, pela Primeira Liga, o centroavante terá mais uma chance para mostrar que é o fazedor de gols buscado pela direção.
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