Ainda que sua preferência seja atuar na função hoje entregue a Douglas, o equatoriano Miller Bolaños será um jogador de múltiplas funções no ataque do Grêmio, o que o converte em concorrente também para Pedro Rocha ou mesmo Ramiro. A decisão de Renato Portaluppi tem por objetivo tirar o máximo do atacante, cuja chegada a Porto Alegre completa um ano nesta quarta-feira.
Contra o Flamengo, por exemplo, Bolaños será o atacante mais avançado. Aos 26 anos, ele vive a melhor fase no Grêmio desde a contratação, anunciada num domingo de Carnaval. Domingo, só precisou de oito minutos para fazer o único gol do time contra o Caxias.
Leia mais
Treino confirma quatro novidades para a estreia do Grêmio na Primeira Liga
MP pede a Grêmio e Inter informações sobre relações com organizadas
Grêmio acerta voos fretados para jogos da Libertadores
– Ele está perfeitamente adaptado. Nos chamou a atenção a desenvoltura com que tem se postado diante do grupo. Antes, era bem introvertido. Agora, mesmo que ainda não fale fluentemente o português, faz brincadeira com todos – comenta o preparador físico Rogério Dias.
Rogério disse ao jogador que ele semeou um caminho cujos primeiros frutos logo serão colhidos. E elogiou a condição física, que lhe permitirá atuar no mesmo nível dos demais.
– Ele tem uma genética muito boa, é bem equilibrado fisicamente. Atingiu todos os parâmetros projetados para a pré-temporada – informa o preparador.
O crescimento de Bolaños também passa pelas mãos do coordenador técnico Valdir Espinosa, que tratou de motivar o equatoriano com conversas reservadas desde o final do ano passado, e que se intensificaram na pré-temporada. Após o jogo com o Caxias, apesar da derrota, o atacante já demonstrava mais confiança no vestiário do Estádio Centenário graças ao gol marcado nos acréscimos.
– Se você olhar nos olhos dele hoje (ontem), você já vê a diferença. O Bolaños está muito motivado para conquistar uma posição no time. O gol alegra qualquer um. Ele entendeu que, independentemente do tempo que jogar, é no campo que ele vai conseguir seu espaço – explica Espinosa.
Apesar da maior confiança, a discussão sobre o posicionamento ideal de Bolaños persiste. O jogador, que se notabilizou pelo Emelec e na seleção equatoriana como meia centralizado, função que hoje é ocupada por Douglas, ingressou na vaga de Jailson contra o Caxias e atuou pela esquerda do ataque, junto a Jael e Luan. Na análise de Gustavo Fogaça, analista de desempenho e comentarista da Rádio Gaúcha, Renato cometeria um erro ao utilizar Bolaños no lado do campo.
– Ele deveria jogar como o Douglas fazia com o Roger, lá na frente, entrando na área, com liberdade de encostar no Luan. Assim, o Douglas fez vários gols. O Bolaños como extrema não vai adiantar, ele não tem velocidade para entrar em diagonal, já que o drible não é o forte dele. Colocá-lo no lado é dar murro em ponta de faca, ele deve jogar pelo meio – explica Fogaça.
Para Valdir Espinosa, Bolaños pode desempenhar qualquer função ofensiva com naturalidade.
– O Renato vai procurar usá-lo da melhor maneira para ele e para o clube. Claro que não vai colocar de zagueiro ou volante. Mas, em qualquer função do meio para frente, ele tem qualidade para desenvolver seu jogo – entende o coordenador.
O jornalista equatoriano Victor Bonilla não vê surpresa no fato de Bolaños ser reserva. Para o colunista do blog studiofutbol, a decisão está diretamente relacionada com o tempo perdido pelo jogador a cada lesão sofrida em 2016.
– A liga brasileira é mais competitiva do que a equatoriana e seu nível técnico baixou. Não surpreende que ele esteja no banco, mas, ainda assim o vemos aqui como um dos melhores atacantes do país por tudo o que fez no Emelec – diz.
ZHESPORTES
Um ano depois
Polivalente e confiante: Bolaños se credencia à titularidade no Grêmio
Adaptado ao clube, equatoriano vive melhor momento desde sua chegada
Adriano de Carvalho
Enviar emailLuís Henrique Benfica
Enviar emailGZH faz parte do The Trust Project