A polivalência de Marcelo Oliveira virou solução emergencial para Roger remontar a defesa do Grêmio. Após perder os lesionados Geromel e Wallace Reis, além do suspenso Bressan, o técnico improvisará, pelo terceiro jogo seguido, o lateral-esquerdo na zaga contra o Atlético-PR neste domingo.
Frente ao Vitória, apesar da derrota na Arena, Oliveira teve bom desempenho na função. Lembrou sua época de Palmeiras, clube no qual foi deslocado para a zaga pela primeira vez. No início de 2013, o técnico Gilson Kleina tinha um grupo reduzido na equipe paulista, que vivia situação curiosa: havia sido rebaixada à Série B, mas tinha a disputa da Libertadores pela frente graças ao título da Copa do Brasil no ano anterior.
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Ainda assim, o plantel contava com 18 jogadores e tinha carência na zaga por lesões. O treinador, que havia indicado a contratação de Oliveira junto ao Cruzeiro naquele ano, não titubeou ao improvisá-lo. Precisou de apenas dois treinos para adaptá-lo à posição.
– O Marcelo tem um espírito de entrega peculiar. Tanto é que mantive ele na zaga. Além do bom tempo de bola, tinha bom senso de cobertura. Ele cerca o adversário e encurta o bote. Mas a experiência só deu certo porque ele se predispôs. Alguns jogadores colocam empecilhos – elogia Kleina.
A versatilidade é uma marca na carreira de Marcelo Oliveira. Na chegada ao Grêmio, ano passado, iniciou a temporada como zagueiro, ocupando a vaga de Geromel - que havia operado o ombro - ao lado de Rhodolfo na equipe de Felipão. Mas também demonstrou naturalidade no meio-campo. Foi como volante, inclusive, que Oliveira surgiu para o futebol.
Revelado pelo Corinthians, obteve projeção quando foi emprestado ao Paulista de Jundiaí e foi destaque do Paulistão 2007. De volta ao Parque São Jorge após o Estadual, foi recebido pelo técnico Paulo Cesar Carpegiani, que o deslocou para a lateral esquerda. Naquele ano, o jogador enfrentaria o maior drama da carreira: rompeu o ligamento cruzado do joelho esquerdo e, por uma infecção hospitalar, ficou quase dois anos em recuperação.
– É um jogador de muita versatilidade. No mesmo momento em que o Marcelo se machucou, o William (meia do Chelsea), havia sido vendido. Ali, acabou o meu time – lembra Carpegiani sobre a equipe rebaixada à Série B em 2007.
Como zagueiro, Marcelo Oliveira tentará estancar o problema da bola aérea, que atormenta a defesa do Grêmio nesta temporada. Nos tempos de Palmeiras, sua técnica no cabeceio era importante para afastar os cruzamentos adversários.
Segundo Kleina, Oliveira tem noção no tempo de bola: não só nos lançamentos em que a bola entra de frente na área, mas também nos cruzamentos com efeito, em curva. O próprio jogador compara a mudança em seu comportamento na bola aérea como zagueiro.
– Muda pela função, o posicionamento na linha defensiva. Mas o importante, no coletivo, é saber a localização do colega – explica Marcelo Oliveira.
"O Marcelo estuda o adversário. Quando ele marca um atacante de velocidade, ele encurta, não dá espaço. Quando pega um driblador, força o adversário a puxar a bola para a linha de fundo. Além de marcar, sabe jogar com bola no pé"
Gilson Kleina, técnico de Marcelo no Palmeiras
"Todo defensor precisa aprimorar fundamentos. Nas posições em que eu jogo, seja lateral, volante ou zagueiro, o desarme é um deles. Me sinto à vontade nas três funções. Se jogar na zaga, vou dar o meu melhor. Joguei muito tempo ali e não será novidade"
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