Foram três competições até aqui em 2016 e o Grêmio foi eliminado em todas. Na Primeira Liga, o clube apostou em time reserva. No Gauchão, parou nas defesas do goleiro Elias do Juventude. E agora, caiu para o Rosario Central que foi superior nas duas partidas das oitavas de final da Libertadores. A análise completa é do Blog Esquemão, da Rádio Gaúcha.
A partida será analisada a partir das quatro dimensões do futebol: a anímica, a física, a tática e a técnica.
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ANÍMICO
O Grêmio carregava a obrigação de se mostrar menos apático na Argentina do que foi no Brasil. E de fato, começou a partida tentando impor seu modelo de jogo e tomando a hierarquia das ações da partida. Mas isto durou apenas 4 minutos, quando, em uma falha coletiva do sistema defensivo, o Central abriu o marcador.
A partir dali, o time de Coudet tomou conta da partida e voltou a impor o seu modelo de jogo. Mesmo com o Grêmio terminando com mais posse de bola que o adversário (59%), o Central nunca perdeu a paciência e o foco da partida. Inclusive, em um momento do segundo tempo, depois do terceiro gol, alguns jogadores do time gaúcho perderam a estabilidade emocional. O Grêmio terminou levando três cartões amarelos, contra um do Central.
O time local aproveitou a festa da torcida e sempre teve o controle psicológico da partida.
Por isso, na dimensão do ANÍMICO deu CENTRAL.
FÍSICO
Assim como no jogo de Porto Alegre, o Central soube ocupar com muita intensidade os espaços do campo, seja no setor defensivo como no ofensivo. Mesmo vencendo por 1 a 0, os argentinos não abriram mão de pressionar a saída de bola e marcar a zona de pressão da bola na transição ofensiva do Grêmio.
Na questão da resistência e velocidade, os dois times se equipararam, mesmo que o Grêmio tenha tido uma semana para descansar, e o Central jogou no meio da semana pelo campeonato argentino.
O tricolor cometeu duas faltas a mais que os Canallas (22 a 20), mas o time de Rosario foi superior no aproveitamento dos desarmes. Com 40 tentativas de roubar a bola, o Central acertou 17 (74% de aproveitamento). O Grêmio tentou roubar 33 bolas dos argentinos, e conseguiu em 13 oportunidades. Aproveitamento de 65% no fundamento.
Por isso, na dimensão do FÍSICO deu CENTRAL.
TÁTICO
Seria na dimensão tática o caminho para o Grêmio superar o Central. Se imaginava que o Tricolor apostaria na velocidade para aproveitar os espaços que o adversário deixaria na sua recomposição defensiva. E também se imaginava que o Tricolor seria equilibrado em sua organização defensiva.
O Grêmio iniciou com o seu tradicional 4-2-3-1, tendo a Bolaños como falso nove. Se esperava uma intensa mobilidade do sistema ofensivo, com trocas de posições e com uma busca de profundidade para tentar machucar o adversário. Do outro lado, o Central iniciou no 4-3-1-2, com uma linha de três meio-campistas dando suporte para que Cervi fizesse o "enganche".
Veja escalações iniciais:
Mas a verdade é que o gol inicial jogou por água abaixo qualquer estratégica tática gremista, e deu ao Central a oportunidade de afirmar suas ideias e dominar as ações coletivas da partida. E o Grêmio, que já vinha em declínio na criação de jogadas coletivas para criar finalizações, nesta quinta bateu um recorde inédito.
Das oito finalizações a gol, cinco tiveram origem na bola parada. São 62% das finalizações. Isso nunca havia acontecido desde que Roger Machado é técnico do Grêmio.
Por isso, na dimensão do TÁTICO deu CENTRAL
TÉCNICO
Esta é a dimensão onde o time argentino mostrou-se superior nas duas partidas dessa eliminatória. Durante todo o campeonato, o Central teve melhor desempenho nos fundamentos que o Grêmio. O Tricolor precisaria escalar uma montanha para superar um time que fez um caminho mais eficiente. E claro, não conseguiu.
Com apenas 80% de acerto nos passes (sua média é de 90%), sendo que apenas 33% dos passes foram pra frente, o Grêmio não conseguiu criar e ser efetivo. Isso se reflete nas finalizações. Como exposto antes, foram oito tentativas, sendo três delas certas e cinco erradas. Aproveitamento de 37% no fundamento.
O Grêmio foi o único time que não conseguiu marcar nenhum gol nas oitavas de final. Para quem tem, até agora, o melhor ataque do Brasil, é realmente lamentável.
Apenas um detalhe: o Central teve aproveitamento de 24% nos cruzamentos, e o Grêmio 6% (acertou apenas um cruzamento, uma assistência de Ramiro para finalização de Giuliano).
Por isso, na dimensão do TÉCNICO deu CENTRAL
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*RÁDIO GAÚCHA