Na quarta-feira, olhei para o gramado da Arena e lá estavam Fred e Bressan na zaga. Como alternativa no banco de reservas não havia ninguém. Isso mesmo, nenhum zagueiro. Fred & Bressan, Bressan & Fred não eram apenas os titulares, eram tudo o que o Grêmio tinha contra o Rosário Central. Lateral-direito não havia nem em campo, pois Ramiro não é da posição. Quando um time se vê nas oitavas de final da Libertadores após 15 anos sem títulos com Fred & Bressan na zaga é porque o clube tem problemas muito mais sérios do que caxumba.
Observemos como Fred & Bressan foram parar em frente ao goleador da Libertadores nessa semana. Em 2015, o Grêmio vendeu Rhodolfo porque havia Erazo. Em 2016, o Grêmio não renovou com Erazo porque traria Henrique. Henrique preferiu o Fluminense, e o Grêmio se viu obrigado a recorrer a Pedro Geromel e Kadu, o Bressan do Atlético-PR, e depois Fred, o Bressan do Goiás. Além do próprio Bressan em pessoa, insuficiente para servir também ao Flamengo, em 2015. De repente é oitavas de final de Libertadores e lá está Bressan como solução, aquele mesmo que fracassou três anos antes nas mesmíssimas oitavas de final contra o Santa Fe. Fracasso pelo qual o Grêmio foi atrás de Rhodolfo para o Brasileirão seguinte. Não é louco?
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Me pergunto o que Werley e Rafael Thyere fizeram para Roger Machado a ponto de nem fardarem. Werley teve lá seus deslizes no Grêmio, mas teve também momentos em que demonstrou bom futebol a ponto de ser adquirido em troca de Victor, lembram? Como não ganha espaço mesmo nesse cenário de mediocridade técnica? E diante da não contratação de um nome experiente, a aposta não deveria ser em um jovem promissor da base? Depois de encarar fogueiras como Corinthians x Grêmio, em 2015, por que Thyere não ganhou espaço neste temporada? Com que méritos Fred & Bressan tomaram-lhe a frente? Thyere assiste aos pernas de pau ao lado de Lincoln, outro que aguarda um surto para ser escalado no Grêmio. De bom senso, no caso.
Absurdos assim se criam no Grêmio envoltos em um ar de conformismo uniforme e insosso das bocas do capitão Maicon, do técnico Roger, do executivo Rui Costa e do presidente Romildo Bolzan. Na quarta-feira, enquanto Fred & Bressan rodopiavam acossados pelos argentinos, vi algo inédito na Arena: aos 30 minutos do segundo tempo, com um placar reversível em condições normais, boa parte da torcida abandonou o time irritada. Os gremistas estão de saco cheio. Talvez seja caxumba.
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