Plantado numa área de 40 hectares, próximo ao Aeroporto Internacional de Luque, 15 quilômetros de distância da capital Assunção, o edifício-sede da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) é uma fortaleza. Cercada por seguranças, protegida por câmeras, quem entra no Centro de Convenções da Conmebol, que funciona ao lado de um hotel, desconfiado, caminha mudo. Quem sai, preocupado, não fala.
A entidade, definida como a casa do futebol sul-americano, só emite comunicados oficiais. Se fosse governo de um país democrático, já teria caído. Se fosse um clube, seus dirigentes já estariam na rua, talvez encarcerados.
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O silêncio é total no edifício e no entorno. Qualquer movimento estranho poderá sinalizar, quem sabe, uma nova investida da polícia em busca de provas. Em Luque, brincam que o local é um castelo em silêncio desde quando seus reis começaram a cair.
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Depois que o presidente Juan Ángel Napout e vários ex-presidentes e dirigentes importantes foram apanhados pela longa teia do FBI no Fifagate, o maior escândalo da história do futebol, todos desconfiam de quem circula com crachá da Conmebol. O último grande encontro do pior ano da história da Conmebol está marcado para a próxima terça-feira, reunindo 38 clubes classificados para a Copa Libertadores da América 2016, que começa em fevereiro. Na reunião, serão sorteados os grupos e os confrontos da primeira e da segunda fases. O canal Fox Sports exibirá a cerimônia ao vivo. Consultada, não ofereceu detalhes.
- A Conmebol está muda, ninguém fala. Há um clima estranho no ar. Pelo que sei, a cerimônia do sorteio será simples e rápida. Não vai demorar mais de 60 minutos, a partir das 21h locais (22h de Brasília). Não teremos grandes atrações, artistas famosos convidados, como em outros anos mais tranquilos - informou Miguel Contreras, jornalista esportivo do ABC Color, o jornal mais importante do Paraguai.
- Recebemos o convite oficial e só. Não sabemos de detalhes, nada, como será o sorteio ou como foi montado o ranking da Libertadores - avisou o presidente gremista Romildo Bolzan Júnior.
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Ao lado de dois assessores do futebol, o dirigente seguirá na segunda-feira para o Paraguai, dia que o país começa a enfrentar uma greve geral de 48 horas, convocada por centrais sindicais.
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A 57ª edição do torneio manterá o nome oficial, Copa Bridgestone Libertadores 2016. Uma das maiores fabricantes mundiais de pneus, com mais de 600 revendas no Brasil, a Bridgestone comprou o direito de nome da competição em 2012. Não se manifestou depois dos recentes escândalos.
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O contrato de cinco anos se encerra no ano que vem e foi assinado em Nashville, nos EUA, por Nicolás Leoz, o ex-presidente da Conmebol que vive em prisão domiciliar em sua mansão na capital paraguaia. Leoz luta desde maio para não ser extraditado para os EUA. O FBI alega que a corrupção na Conmebol tem pelos menos 25 anos. Sexta-feira passada, a Justiça norte-americana pediu a extradição dos bolivianos Carlos Chávez e Romer Osuna, ex-tesoureiros da entidade. Era pela mão deles que o dinheiro circulava na penumbra. O FBI quer conhecer os endereços, os pontos de coleta do dinheiro ilegal. Quem pegou?
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Sem as antigas lideranças de dois ex-presidentes, Leoz e Eugenio Figueredo, preso na Suíça, e do atual Napout, em prisão domiciliar em Nova York, a Conmebol funciona em regime emergencial - já passam de 30 os nomes de dirigentes de diferentes países envolvidos no Fifagate e a tendência é de que a lista engorde.
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O presidente da Associação Uruguaia de Futebol, Wilmar Valdez, assumiu o comando na semana passada. Ele é homem de Napout. Valdez foi conduzido ao cargo por outros nove presidentes de confederações nacionais da América do Sul. Pela CBF, o vice Fernando Sarney assinou o documento. Preso, Napout renunciou ao cargo por e-mail e não voltará a ocupar a cadeira número 1 da entidade.
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Valdez foi em busca de lastro para aprovar uma nova eleição presidencial, já marcada para o dia 26 do mês que vem, em Luque. Votarão os 10 presidentes das confederações. O capixaba Marcos Vicente, que assumiu provisoriamente o lugar do cercado Del Nero, representará o Brasil.
- O funcionamento da Conmebol está garantido. A entidade seguirá trabalhando assim até 26 de janeiro do ano que vem, dia de eleições, graças ao apoio das confederações e acima da crise política que vivemos - falou Valdez ao jornal La Nación, da Argentina.
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A eleição de Valdez é dada como certa. Ele assumiria imediatamente, mandato de quatro anos e faria uma reforma total. Mudaria lideranças em todos os departamentos, especialmente no setor de arbitragem, de finanças e de marketing, ainda sob o comando de apadrinhados de Leoz.
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