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A partir da compra da gestão da Arena, o Grêmio projeta uma nova era em suas finanças. Após acertar nesta sexta-feira um acordo com OAS e os bancos Banrisul, Santander e Banco do Brasil, a direção do clube começará na segunda-feira o processo de elaboração dos contratos para a aquisição do estádio. Agora, além de uma campanha para ampliar o quadro social para 200 mil torcedores e faturar R$ 10 milhões mensais, a direção deve contratar a americana AEG para lhe auxiliar na administração do complexo.
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Veja abaixo como o clube planeja explorar o potencial de seu estádio.
Pagamento da Arena
No negócio acertado com a OAS e os bancos Banrisul, Santander e Banco do Brasil, o Grêmio desembolsará R$ 384 milhões em um prazo de 19 anos. O pagamento do débito ocorrerá em duas partes. Na primeira, que vai durar sete anos, o clube paga R$ 168 milhões, em parcelas mensais de R$ 2 milhões aos bancos, para quitar o financiamento obtido junto ao BNDES para a construção do estádio. Nos 12 anos seguintes, o pagamento será feito à OAS, que receberá R$ 216 milhões em parcelas mensais de R$ 1,5 milhão - o mesmo que o Grêmio hoje paga para acomodar os associados no quarto anel da Arena. Além disso, o clube cede a área do Estádio Olímpico, avaliada em R$ 180 milhões, em definitivo à OAS.
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Nova gestora
Ainda não está totalmente definido o formato de administração da Arena após a compra da gestão. Mas o que já se sabe é que o clube estuda a contratação da empresa americana AEG para lhe auxiliar nesta tarefa. Líder mundial em gestão de complexos multiuso, a AEG está presente em 125 arenas em todo o mundo, incluindo Allianz Parque, Maracanã e Arena Pernambuco no Brasil. A atual gestora do estádio, a Arena Porto-Alegrense, que é de propriedade da OAS, será extinta. No entanto, seu quadro funcional deve ser absorvido quase que integralmente pelo Grêmio, até pela experiência na operação do complexo adquirida em quase três anos de funcionamento.
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Gestão separada do futebol
A administração da Arena será totalmente profissionalizada. Na concepção do presidente Romildo Bolzan Júnior, a função do estádio será de "turbinar" as receitas do Grêmio. Só desta forma, segundo Bolzan, o clube voltará a ter capacidade de investimento. Para que isto ocorra, a direção pode criar uma estrutura dedicada exclusivamente a captação de eventos, parceiros comerciais e venda de espaços publicitários. Assim, a gestão da Arena será separada do futebol. Mas nada impede que as receitas geradas pelo estádio sejam investidas na contratação de reforços. Principalmente quando o clube disputar a Libertadores.
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Publicidade e naming rights
Com a gestão da Arena, o Grêmio intensificará a busca por parceiros publicitários. Com a experiência e o know-how da AEG, que tem parcerias com diversas empresas no planeta, abre-se a possibilidade da tão esperada venda do naming rights. E, também, a captação de eventos e shows de grande porte para o estádio. A possível futura parceira na administração da Arena já comercializou naming de estádios ao redor do mundo para marcas como Mercedes Benz, American Airlines, Master Card, AT&T, Barclays, O2 e Oracle.
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Plano de sócios
O Grêmio prepara o lançamento de uma campanha para catapultar os números de seu quadro social. A meta do clube é aumentar sua receita obtida junto aos associados para R$ 10 milhões mensais. Para isso, a direção planeja a criação de quatro novos planos para os sócios, sendo que um deles teria preços mais populares, semelhante ao programa Avanti, do Palmeiras, que ampliou para 130 mil o número de associados do clube paulista. A meta da direção do Grêmio é atingir ao menos 200 mil sócios a partir da iniciativa, que pode, inclusive, explorar a imagem dos ex-presidentes Fábio Koff e Hélio Dourado. Afinal, foi pela insistência dos dois que o clube abriu negociações com a OAS para a compra da gestão do estádio.
Remigração
A partir da compra da gestão da Arena, o Grêmio abrirá um processo de remigração para seus associados. A ideia da direção é fazer com que os sócios "desçam" do quarto anel do estádio para ocupar espaços mais próximos ao campo, uma demanda já manifestada pelos associados que desejam mais conforto em cadeiras gold ou gramado. Com a mudança, também abre-se a possibilidade de popularização dos preços no último nível do estádio, o mais longe do gramado. Esta nova área no quarto anel teria 26 mil lugares, onde seriam realizadas promoções e campanhas para atrair novos sócios. Desta forma, o Grêmio daria sustentação a um plano rentável para atingir lotação máxima em partidas na Arena.
Check-in e check-out
Outra medida da direção será a implementação do check-in e do check-out para sócios. Trata-se de uma ferramenta que aumentará a ocupação da Arena nas partidas do Grêmio. Antes de cada jogo, o locatário de cadeira terá de informar se comparecerá ao estádio, realizando o check-in. Caso não garanta sua presença, pode realizar o check-out, que nada mais é do que colocar seu assento à venda para ser ocupado por outro torcedor naquela partida. Desta forma, o associado ganha descontos e benefícios em sua mensalidade.
Novas receitas
Ao comprar a gestão da Arena, o Grêmio poderá explorar receitas decorrentes da utilização do estádio que hoje entram nos cofres da Arena Porto-Alegrense. Além do controle da bilheteria (que, apenas no jogo contra o São Paulo, faturou R$ 1,8 milhão), o clube lucrará com a venda de camarotes e vagas no estacionamento E1, abaixo da esplanada. Outra fonte de dinheiro virá da locação de espaços no complexo para eventos como congressos, festas e feiras. Além disso, há a receita gerada pelo aluguel do estádio para shows. Neste caso, a a agenda de atrações terá de ser conciliada com o calendário de partidas do clube.
Uso da esplanada
Uma das ideias da direção do Grêmio é tornar a esplanada da Arena uma espécie de shopping center. Hoje, o estádio já conta com uma megastore GrêmioMania e um café no lado oeste para atender aos torcedores que realizam o tour. Em breve também ocorrerá a inauguração do novo memorial Hermínio Bittencourt. Com o projeto "comunidade tri", criado para reforçar a ligação com o entorno do estádio, o Grêmio pretende atrair mais movimento em dias sem jogos. Também ocorrerá até dezembro a inauguração do condomínio liberdade, o que trará 9 mil novos moradores ao bairro Humaitá. Assim, a vizinhança poderá se valer da Arena em seu dia a dia.
Matchday
Outro conceito que será explorado pelo Grêmio na Arena é o do matchday. O clube pretende criar atividades que ocorram antes, durante e depois das partidas para atrair mais torcedores e mantê-los consumindo dentro do estádio. Isto, inclusive, será reforçado a partir da exploração dos espaços comerciais através de parcerias com empresas de diversos segmentos. Seja do ramo alimentício, esportivo, entretenimento ou comercial. Isto também potencializará o tour da Arena, que hoje recebe cerca de 3 mil pessoas por mês.
