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Nestes últimos 12 anos, o Grêmio já teve treinador para todos os gostos, tendências e rótulos. Celso Roth, o defensivista. Caio Júnior, o faceiro. Luxemburgo, o multicampeão. Renato, o ídolo motivador. Mano Menezes, o prodígio do Interior. Paulo Autuori, o intelectual. Julinho Camargo, a aposta. Marcelo Rospide, a cria da base.
Logo, o problema não é o técnico.
Não é Enderson Moreira,que fez um grupo médio render bem acima do esperado na Libertadores,ao ponto de estar na briga nos mata-matas e com o privilégio conquistado no campo de decidir em casa.Foi ele,Enderson,que encontrou soluções caseiras para as saídas de Vargas,Elano,Alex Telles e Souza.Quando saiu a lista dos inscritos para tentar o tri da América,sejamos justos,ninguém colocava o Grêmio como candidato nem no próprio grupo,quanto mais ir para os mata-matas decidindo em casa.
Tomemos por exemplo um técnico que não parece ser deste mundo na comparação ao terreno Enderson e seus pares brasileiros: Guardiola.No Barcelona o lateral-direito
era Daniel Alves.No Bayern,deu-se ao luxo de deslocar Lahm para o meio.Pede o reforço que precisa e recebe uma semana depois.No Grêmio,é Pará ou Pará.Rhodolfo ou
Bressan ou Geromel.Barcos ou Lucas Coelho.
Enderson errou em Florianópolis? Sim, errou. Terminou o jogo com uma formação que, duvido, tenha treinado três vezes junta, com Edinho na zaga e Ramiro e Leo Gago nas laterais. Não encontrou antídoto para a mudança de função de Aránguiz no primeiro Gre-Nal. Levou quatro no segundo. Mas não errou nem mais, nem menos do que seus antecessores, sempre pressionado pelo mesmo motivo central: dinheiro.
Os problemas financeiros impedem o Grêmio de disputar os melhores do mercado.Talvez até os médios do mercado. Vende-se uma promessa para pagar contas.Falta bala na agulha para comprar em definitivo aquele emprestado que fechou o ano voando.Entra ano,sai ano,gestão atrás de gestão,troca-se seis por meia dúzia em vez de agregar qualidade.Tem sido assim há anos,e a solução definitiva é sempre demitir o treinador a cada oscilação mais acentuada.Renato era o motivador que não dava treino. Enderson treina à beça,mas não motiva.Repetir o roteiro do começar de novo pode até dar resultado no curto prazo, mas é apostar na loteria.É o mais do mesmo.
O problema não é o técnico.
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