A história será reescrita nesta quinta-feira, às 21h, no Estádio Pituaçu. Mas é impossível não fazer uma viagem ao tempo. Em 1989, na primeira edição da Copa do Brasil, Grêmio e Bahia, adversários 23 anos depois, faziam as quartas de final da competição. O Lancenet ouviu dois protagonistas do confronto: João Marcelo, ex-zagueiro do Bahia, e Mazaropi, ex-goleiro do Grêmio.
O contexto, inclusive, se assemelha. Ao menos no lado baiano. Falcão tirou o Tricolor de Salvador da fila depois de 10 anos sem vencer o Estadual. A festa se estenderá nesta quinta, já que mais de 9 mil ingressos já tinham sido vendidos na quarta. João Marcelo lembra o título brasileiro, na temporada anterior.
- A gente vinha de uma conquista de Campeonato Brasileiro e tinha um elenco que entre 1986 e 1990 elevou o Bahia ao cenário nacional. Era muito difícil ganhar do Bahia na Fonte Nova - contou.
- O Bahia vem de uma conquista sem ganhar o título depois de muito tempo. O Grêmio vem no caminho atrás de um título. Serão dificuldades normais a serem superadas. Apesar de que o Grêmio está bem fora de casa nesta edição, foi bem contra o Fortaleza - disse Mazaropi.
A ordem das partidas é a mesma: o Grêmio vai para o Nordeste primeiro. Em 1989, a partida terminou 2 a 0 para os gremistas. O jogo da volta dentro do Olímpico terminou 1 a 0 para o dono da casa. Cuca, Kita e Edinho marcaram na oportunidade, sendo os dois primeiros na Bahia e o último em Porto Alegre.
João Marcelo, ex-zagueiro de Bahia e Grêmio
Como vinha o Bahia em 1989?
A gente vinha de uma conquista de Campeonato Brasileiro e tinha um elenco que entre 1986 e 1990 elevou o Bahia ao cenário nacional. Era muito difícil ganhar do Bahia na Fonte Nova. Esse ano de 1989 foi um ano no qual o Bahia estava disposto a participar de todas as competições, disputou quase que ao mesmo tempo o Baiano, a Copa do Brasil e a Libertadores.
E o adversário, como se encontrava?
O Grêmio tinha a pegada gaúcha, mas havia espaço para o futebol moderno. Alfinete, Cuca e Assis, tinham muita velocidade.
O que difere o Bahia da época do atual?
O Falcão montou um grupo forte, que não tem grandes craques. Os destaques são o Marcelo Lomba, e na linha, o Gabriel, jogador que ainda está longe de ser um craque. Na nossa época não, você via um Bobô, um Paulo Rodrigues jogando.
Qual sua expectativa para o jogo?
Prometem ser partidas bem disputadas. Estou em Porto Alegre, vim visitar minha família, e sei como vem treinando bem o Grêmio. Mas o Bahia também tem um bom time, e fará de tudo pela vaga.
Você jogou nos dois. Como fica o coração nessa hora?
Cresci e fui revelado no Bahia, onde ganhei vários títulos que disputei e também fui campeão brasileiro. Mas fui bem recebido quando cheguei no Grêmio em 1990, a pedido do treinador Evaristo de Macedo, e também tenho muito carinho pelo clube. Por isto fico com o coração 50 a 50%. Mas, sinceramente, gostaria que o Bahia ganhasse, porque vive uma ascensão depois de ter passado por todos aqueles problemas - o rebaixamento para a Série C e a recente a falta de títulos.
Mazaropi, ex-goleiro do Grêmio
Como foram os jogos?
Não tenho grandes lembranças do jogo, em termos de lances especiais, diferentes. Foram as dificuldades usuais apenas, apesar de termos ganhado de 2 a 0 lá, foi um jogo muito difícil.
Essas dificuldades vinham por quê? Como era o Bahia?
Eles tinham uma equipe forte, eram um time muito técnico. Nunca olhei setor separados, eles tinham um conjunto muito forte. Nesse tipo de jogo, decisivo, tem a superação também que acontece normalmente.
O que tinha de melhor aquele Grêmio?
A nossa equipe era um conjunto bom. Estávamos em um grande momento, haja vista que fomos campeões da Copa do Brasil invictos. E se não me engano, com a defesa menos vazada e o melhor ataque. Tínhamos uma boa equipe, estávamos numa ascensão. Contrataram o Edinho, Jandir, para o Gauchão. Tinha o Assis, que era um jovem, fazia a diferença na época.
Vocês não levaram gols no confronto em 89. Dá para esperar isso do Grêmio?
São épocas diferentes. O Bahia vem de uma conquista sem ganhar o título depois de muito tempo. O Grêmio vem no caminho atrás de um título. Serão dificuldades normais a serem superadas. Apesar de Grêmio jogar fora de casa bem nesta edição, foi bem contra o Fortaleza.
E a bola parada do Bahia, como evitar?
Nesse lance, o principal é ter atenção. Tem que ter o tempo de bola. Atualmente, todo mundo fala de bola parada, todo mundo treina, mas é como mais sai gol. É o problema do momento.
O que é bom resultado para o Bahia?
Tem que vencer. Jogar no Olímpico é muito difícil, vocês sabem. Então o Bahia precisa fazer o resultado dentro de casa.
E para o Grêmio?
Quando se joga fora, pela questão dos gols qualificados, o importante é marcar gols. Claro que o ideal é fazer uma vitória, porque aí já soma os gols. Mas se vier com um empate com gols também é bom resultado.
Memória ZH
Mazaropi e João Marcelo relembram Grêmio x Bahia na Copa do Brasil de 1989
Ex-jogadores atuaram na partida que será reeditada nesta quinta-feira, no Pituaçu
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