A falta de afirmação de Leandro se tornou um mistério dentro do Grêmio. De garoto prodígio se transformou em nome pouco lembrado, mesmo quando as lesões tornam escassas as opções de Luxemburgo. Em 19 jogos da temporada, começou apenas duas vezes, não marcou gol e jogou o equivalente a 446 minutos - ou menos de cinco jogos.
O pai de Leandro, Carlos Moura, de contato diário com o filho pelo celular, vê alguma ansiedade no garoto. A falta de aproveitamento neste Gauchão se revelou uma situação bem diferente do que o próprio Leandro previa no início do ano.
Em janeiro, enquanto o Grêmio realizava pré-temporada em Gramado, os pais Carlos e Edilaine deixaram a cidade do Gama, na região metropolitana de Brasília, e passaram um tempo em Porto Alegre para conferir de perto a vida do guri.
Naquela época, testemunharam as promessas do próprio Leandro, que se mostrava disposto a apagar uma imagem desgastada que vinha do ano passado:
- Ele nos falou que este seria o ano dele, que ele faria de tudo para estourar nesta temporada - disse Moura.
Os pais retornaram para casa convencidos. Mas não foi o que aconteceu. Apesar de ter começado em dois jogos sob orientação de Caio Júnior, Leandro não se firmou como titular.
No período de Caio, quando foi mais aproveitado, não marcou gol. E o que se viu foi uma inconstância. Sua apreensão chegou aos ouvidos dos Moura, que logo concluíram: a vontade de acertar atrapalha, é claro, mas o garoto não está na posição certa.
- Está faltando chance: ele está mais forte, não cai em qualquer lance. O ideal é que jogue como meia-atacante.
Leandro, porém, não é de reclamar. Nem de conceder entrevistas. Mas o empresário Gilmar Veloz, que o representa, não concorda com a opinião do pai. O principal argumento é de que o garoto tem apenas 18 anos (vai completar 19 em 12 de maio) e, por isso, tem lá suas angustias, embora não apresente ansiedade de jogar.
- O Leandro está enfrentando bem a sua fase de crescimento, como acontece com um garoto que lida com adultos no meio do futebol. Não tem nada de anormal nisso. Vejo um menino que amadurece - disse Veloz.
A falta de aproveitamento tem a ver também com a concorrência. Com Kleber, Marcelo Moreno e Facundo Bertoglio seu aparecimento seria restrito ao time reserva. Ainda assim, Leandro não encontra as arrancadas com as quais chegou a ser tratado como craque na temporada passada. Veloz, porém, não se ilude:
- Ele é um diamante bruto. Precisa ser lapidado por Luxemburgo.
As fases de Leandro no Grêmio em 2012:
A vida em campo
Em busca de afirmação no Grêmio, Leandro só jogou 446 minutos neste ano
Pais acreditam que jovem está ansioso, enquanto empresário vê um "menino que amadurece"
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