Vocês já viram a hilariante chamada da RBS TV para o Gauchão, em que o narrador Paulo Brito aparece entediado porque não tem futebol para acompanhar, certo? Fica repetindo seu bordão "Feitooo..." com voz baixa e triste a cada vez que consegue atingir tarefas relativamente simples, como vencer uma partida de paciência ou passar o crachá na portaria da empresa.
Pois quero me solidarizar ao Paulo Brito. Também tenho saudade do nosso campeonato. Para ser bem sincero, adoro o Ruralito, como dizem por aí. E acho um absurdo desprezarmos a competição estadual.
Leia as últimas notícias de Esportes
Leia todas as crônicas da seção De Fora da Área
Primeiro, porque nos últimos três anos, foi o único torneio que deu volta olímpica para alguém daqui - claro, tirando as copas do Interior e as Séries D de Juventude e Brasil-Pel, que não deram troféu, mas renderam alegria. Segundo porque há várias disputas emocionantes - e, para mim, emoção é meio que um balizador do futebol. Tipo, um jogo pode ser bom porque teve lances bonitos, e um jogo pode ser bom porque foi emocionante. Terceiro, pelo campeonato em si.
Numa inesperada reviravolta de expectativas (admito, o campeonato do ano passado deixou a desejar em qualidade), temos bons times em formação. Estou ansioso para ver os galácticos do Barcenoia, um time tão estrelado que misturou no apelido os dois gigantes espanhóis. Mal vejo a hora de acompanhar a sequência do Xavantchester United e Rogério Zimmermann, o Alex Ferguson de Pelotas. Tem ainda o Lajeadense, o carrossel do Vale do Taquari, campeão de tudo no segundo semestre de 2014.
Além deles, quero observar a relação de Frederico Westphalen com a elite pela primeira vez. Já nas séries inferiores, o Vermelhão da Colina enchia. Como enche também o Aldo Dapuzzo do São Paulo-RG, agora repaginado e com grama parelha (para não ter desculpas quando algum grande for derrotado lá desta vez). Não dá para esquecer a sempre candidata dupla de Caxias do Sul, os últimos campeões gaúchos do Interior. Ou do Veranópolis, que frequentemente põe Inter e Grêmio em apuros.
Vale cuidar o Passo Fundo, que agora tem o multicampeão Souza. E o Zequinha, da Zona Norte, time do chefe Novelletto. Tem também o nômade Cruzeiro, atualmente em Gravataí, futuro morador de Cachoeirinha e eternamente porto-alegrense. Atentemos aos tradicionais Aimoré, de Mengálvio, e Ypiranga, do Colosso da Lagoa, a maior casa do Interior.
E, claro, o Avenida do Paulo Brito, a quem, repito, estou solidário. Chega logo, sábado! Feitoooo...
De Fora da Área
Rafael Diverio: "Tô contigo, Paulo Brito"
Assim como o narrador, na hilariante chamada da RBSTV, estou ansioso para o começo do Gauchão
GZH faz parte do The Trust Project
- Mais sobre: