O que você faria se, longe da família e concentrado para um jogo decisivo, visse uma sequência de fotos dos pais, irmãos e filhos exibidas em um telão? Alguns jogadores do VEC choraram, outros emudeceram.
Ideia do técnico Gilmar Dal Pozzo e sua mulher Cláudia. Antes de tudo, Dal Pozzo se considera um homem de família. Pai de duas garotas, usou sua experiência para fisgar a equipe em um domingo de Páscoa. Motivado, o grupo presenteou os torcedores e suas famílias com o título do interior ao empatar em 0 a 0 com o Avenida, com grande atuação do goleiro Luiz Müller.
Agora, com a Série D bem perto, Dal Pozzo desconversa. Para ele, o momento é de focar no Gauchão e na possibilidade de levantar a Taça Farroupilha. Deixa os rumos do próximo semestre nas mãos da diretoria do VEC.
Pioneiro: É o teu momento mais importante como técnico?
Gilmar Dal Pozzo: É um dos momentos. Para quem já está há cinco anos em um clube, classificando praticamente em todos os quadrangulares (do Gauchão). Não dá para esquecer que conquistei a Lupi Marins pelo Pelotas. Lá fazia 35 anos que o clube não ganhava um título. E agora, sem dúvida, a conquista premiou todos esses anos de trabalho no VEC.
Pioneiro: Desta vez o VEC irá mesmo disputar a Série D?
Dal Pozzo: Se depender da nossa vontade estamos lá. Os nossos objetivos foram alcançados. Cabe a diretoria buscar os recursos, o patrocínio para o segundo semestre. Nosso foco agora é o São José porque tem a possibilidade de conquistarmos o segundo turno. É um sonho nosso.
Pioneiro: De quem foi a iniciativa de usar a camisas com estampas de familiares sob o uniforme? Os jogadores sabiam disso?
Dal Pozzo: Minha e da minha esposa (Cláudia). Pegamos fotos dos jogadores com suas famílias e mostramos em um datashow. Depois distribuímos 19 camisetas (para os jogadores que estavam concentrados). Teve gente que chorou porque está há muito tempo longe da família.
Pioneiro: Dirigentes e jogadores disseram que se emocionaram com tua palestra antes do jogo. O que você disse a eles?
Dal Pozzo: Falei sobre a família, sobre o caráter. Um técnico tem que dar o exemplo. Todos sabem que minha família apoia muito o clube. Eles levaram para o campo esse sentimento. Montamos o time sem base nenhum, em cinco meses. Jogamos com regularidade e classificamos no primeiro turno e no segundo turno. Esse é um grupo especial, com certeza. Esse foi um jogo de uma família para as famílias.