O futebol feminino já se tornou uma realidade no Brasil. Se há algumas décadas as meninas eram até proibidas de jogar, agora elas são incentivadas à prática do esporte no âmbito escolar.
A rede estadual e a municipal buscam fomentar o futebol e o futsal feminino. As modalidades, inclusive, estão presentes na Base Nacional Comum Curricular (BNCC).
No Rio Grande do Sul, há, também, a disputa das modalidades nos Jogos Escolares do Rio Grande do Sul (Jergs). Na última edição, de acordo com o Estado, foram 17.150 meninas, com idades entre 11 e 17 anos, envolvidas nas partidas de futsal feminino.
Há, ainda, os Jogos Escolares de Porto Alegre (Jespoa), apenas para o ensino municipal. No ano passado foram 33 equipes participantes, ligadas a 20 escolas diferentes.
Empoderamento
Com a intenção de estimular o interesse das meninas no futsal, a professora Ana Carolina Meirelles, de 47 anos, se dedica ao estímulo do esporte há cerca de 15 anos.
Ela é a responsável por um projeto social na EMEF Timbaúva para ensinar o futsal para as meninas no contraturno.
— É uma oportunidade. Sempre digo para elas que se você passar na comunidade e ver os espaços de quadra, geralmente são os meninos ocupando. Então, a partir do momento que tu ofereces para elas, tu as empodera — avalia a professora.
As atividades ocorrem uma vez por semana, e são ofertadas às gurias do 3º ao 9º ano. Atualmente, 20 meninas são contempladas pelo projeto.
— Já jogava antes, com meus amigos. Na escola, vê-las jogando me deu vontade de jogar junto. Agora, na posição que precisar, eu jogo — conta a estudante Alana Gomes da Cunha, de 11 anos, que está no 6º ano.
— Eu jogo futebol há uns três anos, mas eu estudava em outra escola antes. Eu via muito as meninas jogando nos campinhos, na televisão, e comecei a me inspirar — completou Tamires Vitória Carvalho, de 13 anos, que está no 9º ano.
Eu via muito as meninas jogando nos campinhos, na televisão, e comecei a me inspirar
TAMIRES VITÓRIA CARVALHO
Estudante
O entendimento da escola é de que projetos como esse são uma oportunidade para a vida das meninas. Mesmo que a maioria delas não tenha o sonho de ser atleta, a prática oportuniza o aprendizado da disciplina que o esporte propicia.
— Eu digo que é um projeto social. Não é só jogar bola pelo jogar. Tem de ter postura na escola, boa nota. Estamos aqui para projetar as meninas, não necessariamente para serem jogadoras, mas para poderem ter uma oportunidade a partir do esporte — finaliza a professora Ana Carolina.